No STF, PGR defende manutenção da prisão de Anderson Torres
Ministério Público avalia que ex-ministro tinha ciência dos riscos dos atos golpistas de 8 de janeiro
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A procuradoria-geral da República (PGR) se manifestou nesta 2ª feira (27.fev) pela manutenção da prisão preventiva do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. O documento foi assinado pelo subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos. Ele avaliou que não há nenhuma modificação da situação desde a decisão de prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, "a não ser pela agravação do quadro probatório". Segundo a PGR, o ex-ministro se "ausentou da responsabilidade que lhe competia, de fiscalizar o seu cumprimento e colocá-lo em prática, ao deixar o país".
"Ao sair do país, mesmo ciente de que os atos ocorreriam no dia 8 de janeiro, vislumbra-se que Anderson Gustavo Torres, deliberadamente, ausentou-se do comando e coordenação das estruturas organicamente supervisionadas pela pasta que titularizava, fator que surge como preponderante para os trágicos desdobramentos dos fatos em comento", completou a PGR.
A Procuradoria apontou também que as condutas de Torres foram "omissivas" e demonstraram "absoluta desorganização".
Em depoimento à Polícia Federal (PF), Anderson Torres argumentou que não era responsabilidade dele fazer o planejamento operacional das ações para controle da manifestação de 8 de janeiro. Alegou ainda que perdeu o seu celular nos Estados Unidos, onde passava férias, quando as sedes dos três poderes foram invadidas, em Brasília.
Na manifestação ao STF, a PGR também citou a minuta golpista encontrada pela PF na casa de Anderson Torres. O documento falava sobre a instauração do estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar o resultado das eleições de 2022.
A Defesa do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a revogação da prisão de Torres. Moraes, então, solicitou que a PGR emitisse seu parecer antes dele decidir.