Chefe de anestesista acusado de abusos sexuais presta depoimento no Rio
Médico afirma que o acusado não ficou sozinho com pacientes em nenhum momento
Salutiel Filót
Um dos chefes do anestesista colombiano, preso no Rio de Janeiro acusado de abusar sexualmente de duas pacientes, prestou depoimento nesta 4ª feira (18.jan).
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O chefe do setor de anestesia do Hospital Clementino Fraga Filho prestou esclarecimentos sobre os três anos em que o colombiano Andrés Oñate Carrillo trabalhou na unidade. No hospital foi atendida uma das duas mulheres abusadas pelo médico durante cirurgias. Segundo o responsável pelo setor, Andrés sempre teve supervisão.
"100% do tempo. Ele não ficou em nenhum momento sozinho. Agora, esse pessoal, em momentos furtivos, a polícia tá apurando e, da melhor forma possível, isso vai ser resolvido", afirmou o chefe de anestesiologia, Jorge Calazans.
De acordo com a polícia, uma foto foi feita pelo próprio Andrés antes de começar a gravar um dos abusos -- ele aparece sozinho com uma das mulheres, atitude contestada pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).
"Não é comum esse tipo de prática e, dentro da prática clínica, existe a necessidade da ajuda. Na pior das hipóteses, um técnico de enfermagem estar junto do anestesista", afirma Jedson Nascimento, diretor da SBA.
Peritos da Polícia Civil começaram a analisar o telefone celular e o computador portátil do médico. Os técnicos vão tentar recuperar dados que possam ter sido apagados por Andrés e, assim, descobrir se há mais vítimas de abuso sexual do colombiano.
Preso na última 2ª feira (16.jan), Andrés é alvo de três inquéritos: dois pelos estupros e o terceiro por armazenar milhares de fotos e vídeos de sexo envolvendo menores de idade. A polícia já sabe que, fingindo ser adolescente, ele trocou mensagens eróticas com meninas.
Em uma delas, o anestesista fala para uma das garotas gravar e mandar vídeos. Em outra, pede imagens das partes íntimas.
A Justiça havia determinado a transferência de Andrés para um presídio, mas aceitou o pedido da defesa para que, por motivos de segurança, ele continue na cadeia utilizada como centro de triagem, e em uma cela individual.
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