Dino rebate fala de Ibaneis e diz que governo do DF mudou planejamento
Segundo o ministro, Ministério da Justiça organizou o que lhe cabia; ainda diz crer que Ibaneis foi iludido
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou na noite deste domingo (8.jan) que a pasta adotou todas as medidas necessárias para evitar a invasão registrada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e que houve uma mudança de planejamento por parte do Governo do Distrito Federal (GDF). A declaração vem após o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmar que manteve contato com Dino e que ambos não acreditaram "em momento nenhum que essas manifestações tomariam as proporções que tomaram".
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Houve uma preparação que se baseou nas responsabilidades constitucionais do Governo do Distrito Federal [...] O governador Ibaneis, ao pedir desculpas, está reconhecendo que algo deu errado", afirmou Dino, que disse crer que Ibaneis não foi conivente, mas "iludido, enganado" e descartou que o governo federal vá buscar uma punição a ele. Secretário de Segurança de Ibaneis, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres foi exonerado após a invasão.
Dino acrescentou que a mudança de planejamento e possíveis omissões serão apuradas. Ele destacou que autorizou o uso da Força Nacional na Esplanada "para que houvesse um complemento à ação da polícia local", mas que "esse complemento se mostrou insuficiente".
Segundo o ministro, já foram identificados os ônibus que se dirigiram a Brasília, bem como seus financiadores. Mais de 200 golpistas -- que podem pegar até 12 anos de prisão por tentar depôr governo eleito -- já foram presos em flagrante e 40 ônibus apreendidos, número que pode aumentar nas próximas horas. "Estamos adotando mais providências visando o reforço da segurança da capital da República", disse, elencando a decretação da intervenção federal na segurança do DF, a cessão de policiais e de militares.
"Não conseguirão destruir a democracia brasileira", afirmou Dino. "Não se trata de continuidade do processo eleitoral. Isso é terrorismo, é golpismo", concluiu.
Acampamentos
Ainda de acordo com Dino, a desmontagem de acampamentos em frente a quartéis depende do Exército, por ocorrerem em áreas militares. Segundo ele, o ministro da Defesa, José Múcio, tinha a informação de que os acampamentos seriam desmontados neste fim de semana. Diante do fato novo, porém, haverá uma nova avaliação.
O ministro também fez uma menção indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que "há líderes políticos que devem ser cobrados".