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Justiça

Ode à tradição internacionalista brasileira

Confira a analise da eleição do brasileiro Leonardo Nemer Caldeira Brant ao cargo de juiz da Corte Internacional de Justiça

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*Corrupção em Debate é uma coluna do Instituto Não Aceito Corrupção (INAC)

A notória tradição brasileira na diplomacia e no direito internacional ganhou  importante capítulo nesta semana com a eleição, pela Assembleia-Geral da Organização  das Nações Unidas (ONU), do professor Leonardo Nemer Caldeira Brant ao posto de juiz  da Corte Internacional de Justiça. Uma façanha que merece ser compartilhada e  celebrada.  

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Caldeira Brant junta-se a um seleto grupo de diplomatas e juristas de merecido  destaque na área -- de Ruy Barbosa e Oswaldo Aranha (este o diplomata brasileiro que  presidiu a primeira sessão especial da Assembleia-Geral da ONU e de onde vem a tradição do Brasil de realizar a fala inaugural em tal cerimônia) a Francisco Rizek e  Antônio Augusto Cançado Trindade, estes juristas internacionalistas que também  representaram o Brasil na composição da Corte de Haia.
 
O professor Leonardo Nemer Caldeira Brant é mineiro e bacharel pela  Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) -- assim como Rizek e Cançado Trindade  -- o que solidifica a Vetusta Casa de Afonso Pena como berço da tradição do direito  internacional no cenário mundial.

Brant também é mestre em Direito pela UFMG e doutor em Direito Internacional pela Universidade de Paris X (Nanterre). É professor e  chefe de departamento de Direito Internacional na UFMG e lecionou como professor  convidado em prestigiosas universidades, como Paris II (França) e Cambridge (Reino  Unido). 

É autor de mais de 30 livros e mais de 100 artigos, dentre os quais tenho especial  orgulho de tê-lo sido seu coautor. 

A Corte Internacional de Justiça, criada em 1945 pela Carta das Nações Unidas,  tem sede em Haia (Países Baixos) é o principal órgão judiciário da ONU.

O Tribunal tem  como função resolver conflitos entre Estados (países), tais como aplicação de tratados  internacionais, delimitação de fronteiras e a legalidade do uso da força, o que denota sua primordial significância nos tempos atuais. 

Seu quadro conta com 15 juízes de  distintas nacionalidades, dentre os quais uma das cadeiras é tradicionalmente brasileira -- já ocupada por Ruy Barbosa, Epitácio Pessoa, Francisco Rizek e Antonio Augusto Cançado Trindade. 

Caldeira Brant, além de jurista de extrema capacidade, também é um ser  iluminado e de gigante humanismo. De família de músicos e intelectuais em Minas Gerais, o professor Leonardo tem curioso talento artístico e muito gosto pela vida e  pelos amigos. Se certamente fará falta em Belo Horizonte, ao menos Haia ganha um  cidadão, mais do que apenas um magistrado. 

Desta feita, só resta louvar a nomeação do ilustre jurista brasileiro e saudar o  amigo Leonardo Nemer Caldeira Brant, fazendo votos de que, com a mesma genialidade  e brilhantismo, honrará a tradição brasileira de Ruy Barbosa, Rizek e Cançado Trindade  na Corte Internacional de Justiça.  

*Corrupção em Debate é uma coluna do Instituto Não Aceito Corrupção (INAC)

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