Famílias tentam provar que jovens negros foram presos por engano
Dupla foi presa apenas por reconhecimento de vítima de roubo de moto na Baixada Fluminense
Primeiro Impacto
Duas famílias de dois jovens negros tentam provar a inocência da dupla após os dois serem presos por engano em Queimados (RJ), na Baixada Fluminense. Jorge Pinheiro e Higo de Araújo foram acusados por uma mulher que teve a moto roubada, mas os rapazes estavam comendo lanche.
A prisão foi feita apenas pelo reconhecimento, decretada sem provas. Um levantamento da entidade Condege e da Defensoria Pública do Rio de Janeiro realizado em 2021 revelou que o reconhecimento fotográfico acarreta 83% de jovens negros e pobres presos injustamente em todo o país.
Higo, de 24 anos, e Jorge, de 23, estão presos há aproximadamente um mês. Eles foram detidos perto de casa, em Mesquita, por um suposto roubo de uma moto em Queimados. Segundo familiares, os rapazes estavam em uma lanchonete. Comprovantes de pagamento mostram que eles estavam comendo no momento do assalto.
"A gente veio lanchar aqui na pracinha, que é um direito nosso, lugar público, mas os PMs já chegaram pegando a moto, falando que tinha sido roubada pouco tempo, que era do Jorginho, que Higo estava junto", relatou Camila Rocha, namorada de Higo. A moto foi localizada em 26 de março, em local abandonado, ainda de acordo com a jovem. Jorge trabalha como pedreiro, enquanto Higo é técnico em refrigeração.
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