Nome ligado a Aras assumirá relatório da CPI no Ministério Público
Aposta é que a subprocuradora Lindôra Araújo comande investigação criminal de alvos da comissão no STF
Após a aprovação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado, as conclusões finais do colegiado serão analisadas pelo Ministério Público Federal. O procurador-geral da República, Augusto Aras, terá que indicar um dos 74 subprocuradores para comandar a continuidade da CPI. Mas, segundo o SBT News apurou, a escolha está entre Lindôra Araújo e o vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, Lindôra, que tem atuado na área criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) no último mês -foi ela quem assinou os pedidos de buscas contra o cantor Sérgio Reis e contra o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ)- é o nome mais forte para conduzir as investigações sobre os políticos citados no relatório com foro por prerrogativa de função. Lindora é próxima a Aras.
No entanto, o nome de Humberto também desponta, uma vez que é braço-direito de Aras. E, também, porque o nome de Lindôra poderia sofrer desgaste depois de ter assinado parecer inocentando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por não usar máscara e gerar aglomerações.
Há, ainda, uma terceira alternativa: Aras criaria um grupo de trabalho, que envolveria a participação não só de subprocuradores, mas também de regionais. Na avaliação de pessoas próximas ao procurador-geral, as chances são pequenas, porque, dessa maneira, a assinatura final seria dele. Contudo, Aras quer se distanciar do caso -tanto por sua lealdade a Bolsonaro, quanto pela costura para indicação à vaga de ministro do Supremo.
Segundo o SBT News revelou, a parcial da parte técnica do relatório já está nas mãos do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e sendo analisado pela consultoria jurídica do parlamentar. Só no capítulo referente às notícias falsas há, ao menos, quatro deputados bolsonaristas citados, que têm foro privilegiado. Nesse caso, se fossem indiciados, caberia ao STF julgá-los.
A expectativa para entrega do parecer final é de 22 de setembro e a CPI deve votá-lo até 29 de setembro para encerrar os trabalhos. A comissão, então, enviará o parecer aprovado à Mesa do Senado, para conhecimento e providências do plenário. As conclusões da comissão e o texto serão encaminhados ao Ministério Público, para dar andamento à investigação e podendo pedir o indiciamento de pessoas citadas no documento.