Um ano sem Miguel: mãe quer condenação da ex-patroa
Atos e protestos em todo país pedem por Justiça. Mirtes Souza, mãe do menino, trabalhava para Sari Corte Real. Tragédia aconteceu no Recife (PE)
Primeiro Impacto
A quarta-feira de 2 de junho de 2021 marca um ano da morte do menino Miguel, que caiu do 9º andar de um prédio de luxo em Recife (PE) após Sari Corte Real deixar a criança, sozinha, em um elevador.
Um ano após a morte, a mãe de Miguel, Mirtes Souza, quer a condenação da ex-patroa. Sari Corte Real era a primeira-dama de Tamandaré, cidade do litoral pernambucano ? Sergio Hacker era o prefeito na época da tragédia.
Até o próximo sábado (5), atos no Recife e em todo o Brasil serão feitos em memória de Miguel e por Justiça e pela vida de todas as crianças negras, com projeções e protestos. A mãe do menino fará uma caminhada no centro da capital pernambucana, no Palácio da Justiça, até as "Torres Gêmeas", local de onde Miguel caiu. Em São Paulo (SP), está programado um ato na escadaria do Theatro Municipal, na região central.
O inquérito foi remetido ao Ministério Público e está na Justiça pernambucana. Até o momento, oito pessoas foram ouvidas, menos Sari Corte Real. Uma testemunha foi ouvida por carta precatória, pois estava em outra cidade. Outra testemunha será ouvida da mesma maneira, como defesa de Corte Real. Não há data prevista para o depoimento da mulher.
Um mês após a morte de Miguel, o delegado responsável pela investigação, Ramon Teixeira, concluiu o inquérito, tipificando o crime como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. No entanto, com as perícias e testemunhas, Teixeira alterou o crime para abandono de incapaz com resultado de morte.
Miguel procurava pela mãe
O menino de 5 anos procurava pela mãe quando caiu de uma altura equivalente a 30 metros. Mirtes trabalhava como empregada doméstica no apartamento dos ex-patrões, no 5º andar, e estava passeando na calçada do prédio com a cachorra de estimação da família de Sari e Sérgio.
A mulher tentou convencer o menino a sair do elevador. Porém, apertou um dos botões, deixando a criança à própria sorte.
Miguel subiu, passou por um corredor e atravessou a área de condensadores de ar-condicionado. Ao subir nas grades, chamou pela mãe, mas uma das hastes não suportou o peso do menino, culminando na queda. Mirtes encontrou o menino, que chegou a ser socorrido, mas chegou no hospital sem vida.