PGR é contra homologação de delação de Cabral que implica Toffoli
PF pediu abertura de inquérito para investigar esquema de venda de sentenças, com base na delação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta 6ª feira (14.mai), em que se diz contrária à homologação de uma delação do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral que implicaria o ministro Dias Toffoli.
Nesta semana, a Polícia Federal encaminhou à Suprema Corte pedido de abertura de inquérito para investigar um suposto esquema de venda de sentenças, envolvendo Toffoli, para favorecer prefeitos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro do STF esteve na Corte eleitoral de 2012 a 2016, sendo o presidente nos dois últimos anos.
A nova manifestação da PGR foi solicitada pelo ministro Edson Fachin, após o pedido de abertura de inquérito feito pela Polícia Federal. Em março do ano passado, a procuradoria já havia se manifestado contra a homologação do acordo de delação premiada firmado entre Cabral e a PF, sem a anuência do Ministério Público.
Nas duas manifestações, a PGR argumenta que os relatos de Cabral "estão desacompanhados de elementos de corroboração". Em nota, a Procuradoria ainda diz que o ex-governador "dá mostras de falta de boa-fé e de lealdade ao apresentar, mais de um ano após homologação de seu acordo, novos relatos que a PF denominou de narrativas complementares".
Ao jornal Folha de S.Paulo, Toffoli disse não ter conhecimento dos fatos mencionados e negou ter recebido qualquer valor ilegal.