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Jornalismo

Repórter Fábio Diamante fala dos bastidores de série de reportagens sobre Sudão

• Atualizado em
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Por Rafael Carvalho

Durante quinze dias, Fábio Diamante e o repórter cinematográfico Ronaldo Dias percorreram o Sudão, o maior país da África, para preparar uma série especial para o SBT Brasil. Um feito inédito, já que o SBT foi a primeira equipe de TV da América Latina a entrar no país.

Em conversa com o Site do SBT, o repórter Fábio Diamante conta os detalhes da viagem, curiosidades dos bastidores e faz um comparativo entre a cultura dos sudaneses com a dos brasileiros.

SBT - Vocês passsaram 15 dias no Sudão. Como foi a preparação antes embarcar para o país?
Fábio Diamante - Primeiro, foram muitas pesquisas pra entender a história e os problemas do país. E também tiveram muitas vacinas. No total, dez. Raiva, meningite, hepatite, cólera, sarampo... É uma região muito pobre com sérios problemas de saúde.

SBT - Quais as maiores dificuldades enfrentadas durante a viagem?
Fábio Diamante -  A maior dificultade foi conseguir chegar aos campos de refugiados em Darfur. Apesar das promessas, o governo do Sudão não ajudou em nada pra que a gente fosse até lá. Só conseguimos porque compramos passagens de avião até para o policial que nos acompanhou durante esses 15 dias. Se não fosse assim, não teríamos chegado a Darfur.

SBT - Como foi a aproximação com o ditador Omar Al Bashir? Houve momentos de tensão?
Fábio Diamante - Difícil... Participamos de várias reuniões com ministros e deputados e todos prometeram que o presidente falaria conosco. Depois, percebemos que tudo não passava de um grande teatro. O presidente do Sudão se recusa a dar entrevistas para a imprensa internacional. Só conseguimos chegar perto e fazer imagens de Omar Al-Bashir porque ele decidiu rezar numa mesquita. Até pra rezar ele fica cercado de seguranças.

SBT - Em Darfur, como foi ver de perto a situação dos refugiados sudaneses?
Fábio Diamante -  É muito triste. Faltam palavras pra definir.  As pessoas apenas sobrevivem. Mais triste ainda é a situação das crianças em Darfur. São filhos da guerra. Meninos e meninas que esperam por um futuro melhor. Algo impossível de acontecer se o mundo não olhar para o Sudão. 

SBT - Como é a cultura da população do Sudão? Muito diferente da nossa?
Fábio Diamante - Completamente diferente. A maioria é muçulmana, mas também existem muitas tribos africanas por lá. É uma grande mistura. Duas coisas são parecidas com o Brasil: a simpatia do povo e paixão pelo futebol.

SBT - Se lembra de alguma curiosidade da viagem ou história interessante?
Fábio Diamante - Foram várias. Mas a que mais nos marcou aconteceu em Darfur, durante a madrugada. Estávamos na rua pra gravar uma passagem sobre o toque de recolher que acontece todas as noites. Não fica ninguém na rua. Durante a gravação, fomos surpreendidos por um comboio do Exército sudanês. Eles nos cercaram com os carros, apontaram as metralhadoras e começaram a discutir com a gente em árabe... O policial que nos acompanhava explicou que eles não queriam que fizéssemos imagens. Mas é claro que a gente fez, incluindo a chegada e a saída do comboio. Eles voltaram minutos depois, um pouco mais irritados... 

+ Assista à série de reportagens
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