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"Câmara de gás" e criança baleada: Polícia Rodoviária Federal acumula acusações

Menina que teria sofrido tiro de agente passou por cirurgia e permanece em estado grave

"Câmara de gás" e criança baleada: Polícia Rodoviária Federal acumula acusações
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Abordagem com "câmara de gás", suspeita de interferência nas eleições de 2022, pedido de doações para Jair Bolsonaro (PL) e suspeita de balear uma menina de três anos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acumula polêmicas nos últimos anos, e enquanto as duas primeiras foram no governo do ex-presidente Bolsonaro, as duas últimas ocorreram na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O caso mais recente é desta semana. Na noite de 5ª feira (7.set), a menina Heloísa voltava com a família de um passeio quando foi baleada, dentro do carro, numa rodovia, na altura de Seropédica, na Baixada Fluminense. Segundo o pai, uma viatura da PRF começou a perseguir o veículo. Mas os agentes não fizeram nenhum sinal para que ele parasse. Quando ouviu um disparo, o motorista parou e desceu com as mãos para cima, junto à esposa, a filha de oito anos e uma tia. Mesmo assim, os policiais continuaram atirando. Nesse momento, Heloísa foi ferida.

A menina passou por cirurgia e permanece em estado grave. O veículo foi levado para a delegacia mais próxima. Pelo menos três tiros perfuraram a parte traseira do carro. Uma das balas atingiu a coluna e a cabeça da criança.

A PRF informou que afastou os agentes do trabalho. As armas deles foram recolhidas para perícia. O carro da família consta como roubado. O motorista disse que comprou o veículo há dois meses e não sabia de nenhuma irregularidade. A Polícia Civil investiga se o automóvel foi vendido várias vezes, sem que as transações tenham sido registradas no Detran. Proprietários anteriores do carro já prestaram depoimento.

No Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que pediu esclarecimentos e providências à direção da PRF, e que mandou acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento da corporação. Os protocolos da Polícia Rodoviária Federal proíbem os agentes de atirar durante perseguição a veículos.

Polêmicas

No ano passado, no governo Bolsonaro, Genivaldo de Jesus Santos -- um homem negro, de 38 anos -- morreu asfixiado durante uma abordagem da PRF em Sergipe. O episódio foi registrado em vídeo. Policiais prenderam o homem no porta-malas de uma viatura e lançaram gás lacrimogêneo no compartimento do veículo. A certidão de óbito apontou asfixia e insuficiência respiratória como causa do falecimento.

Em 14 de agosto deste ano, Flávio Dino anunciou que assinou a demissão dos três agentes envolvidos na morte.

No outro episódio polêmico com a PRF na gestão Bolsonaro, a corporação realizou operações que afetaram o transporte de eleitores, especialmente no Nordeste, na data do segundo turno das eleições -- 30 de outubro --, mesmo com proibição do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que fossem feitas. Lula havia sido mais votado que Bolsonaro no primeiro turno no Nordeste. Por causa das operações, a Polícia Federal (PF) passou a investigar se agentes da PRF não teriam agido para interferir no resultado do pleito. O ex-diretor-geral da corporação Silvinei Vasques, que estava no posto em 30 de outubro, foi preso preventivamente no mês passado no âmbito da investigação.

Já no governo Lula, além do caso de Heloísa, houve ao menos mais um episódio polêmico envolvendo a PRF: em 28 de junho, o perfil da Polícia Rodoviária Federal de Sergipe nas redes sociais publicou uma mensagem manifestando apoio a Bolsonaro. A publicação pedia doações via Pix para o político.

"A equipe da Polícia Rodoviária Federal de Sergipe decidiu colaborar com a causa do nosso ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, acreditamos que ele ainda tem sua cidadania brasileira e merece todo nosso apoio como pátria!", dizia.

Ela ocorre no mesmo dia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou o julgamento que, depois, deixou o ex-presidente inelegível por oito anos. Horas depois da publicação, o perfil nacional da Polícia Rodoviária Federal publicou uma nota de esclarecimento informando que a corporação foi alvo de ataque hacker e não pediu doações.

"Na madrugada desta 5ª feira (29.jun), o Instagram da PRF em Sergipe foi alvo de ataque hacker. Na publicação, criminosos pedem doações ao ex-presidente Jair Bolsonaro por meio do QR code. O Código direciona as vítimas para a página de transferência de valores, onde ocorre o golpe", diz a nota. Flávio Dino chegou a que determinar a suspensão dos perfis regionais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal nas redes sociais, devido à "alegada invasão".

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