Engenheiro é sequestrado após marcar encontro por app de relacionamentos
Ao chegar no local marcado, vítima foi surpreendida por três criminosos
Gudryan Neufert
Um engenheiro foi sequestrado na cidade de São Paulo depois de marcar um encontro por meio de aplicativo de relacionamentos. A polícia chegou ao cativeiro graças a uma denúncia anônima.
Imagens mostram quando a vítima chega ao condomínio na zona oeste da capital paulista, toca o interfone e espera. Em seguida, pega o celular para falar com a mulher com quem havia marcado o encontro. De repente, três pessoas chegam por trás, uma delas armada. O homem é sequestrado.
Ele foi levado a um cativeiro numa região de mata na zona sul da capital. Enquanto isso, os criminosos circularam com o carro da vítima, tentando fazer transferências via Pix. Uma testemunha acionou a polícia.
A perseguição terminou quando os bandidos bateram o carro numa árvore. Os três tentaram fugir a pé, mas foram capturados. Dois são adolescentes e um maior de idade. A vítima foi libertada do cativeiro e teve os pertences recuperados - entre eles um notebook. O homem contou aos policiais que manteve contato com a mulher durante um mês antes do encontro, inclusive por ligações.
"A vítima estava bem abalada, ela chorou muito quando foi encontrada pela equipe. A vítima estava amarrada com um pano sobre a cabeça e disse que a todo momento os indivíduos ameaçavam ela de morte", disse Guilherme Mendonça, tenente da Polícia Militar.
O sequestrador maior de idade já tinha passagens pela polícia e vai responder pelos crimes de extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. Os adolescentes foram encaminhados à Fundação Casa.
Só neste ano foram registrados 30 sequestros no estado de São Paulo. 102 criminosos foram presos. Boa parte deles enganou as vítimas através do chamado "golpe do amor". Por isso, a polícia recomenda cuidado redobrado ao marcar encontros com desconhecidos.
Não há uma receita 100% segura para não cair nessa fraude, mas a psicóloga especializada em segurança na internet, Bianca Orrico, dá algumas orientações para diminuir os riscos: "a dica de ouro é pesquisar antes. Normalmente no Tinder, por exemplo, ver o perfil que é verificado, se tem muitas fotos. Ver as outras redes sociais dessas pessoas, ver se elas interagem com outras pessoas. Marcar em locais públicos e também informar alguém de confiança, e principalmente: não fornecer dados pessoais, onde mora, onde trabalha".