SBT tem acesso com exclusividade ao laudo de um dos mortos na Operação Escudo
Exame afasta a possibilidade de execução de Felipe Vieira Nunes, uma das 16 vítimas
O SBT teve acesso com exclusividade ao primeiro laudo necroscópico de um dos homens que morreram durante a Operação Escudo, no litoral paulista.
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O exame, liberado pelo Instituto de Criminalística de São Paulo, aponta que a vítima foi atingida por sete tiros, todos efetuados à distância, o que afasta a hipótese de execução. Parentes da vítima contestam e dizem que a análise foi incompleta.
Felipe Vieira Nunes, de 30 anos, é uma das 16 pessoas mortas por policiais militares da Rota, em Guarujá, no litoral paulista.
A Operação Escudo foi uma represália à morte do soldado Patrick Bastos Reis, durante um patrulhamento, em Guarujá, no dia 27 de julho. Felipe foi baleado por policiais dois dias depois. Os PMs disseram que ele estava armado e teria atirado primeiro, mas a versão é contestada pela família dele. Os parentes alegam que Felipe foi torturado e executado.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) descreve um a um os sete ferimentos encontrados. Segundo os peritos, os tiros atingiram o rapaz pela frente e saíram pelas costas. Em apenas um deles o projétil ficou alojado no corpo. Segundo o IML, todos os tiros foram dados à distância.
A família afirma que foi impedida de ver o corpo do rapaz no IML. Os parentes disseram que no velório perceberam que Felipe tinha ferimentos nos braços que pareciam ser queimaduras, mas nada disso foi apontado pelos peritos.
Segundo a família, o rapaz falou com o irmão minutos antes de ser morto. Por mensagem, ele disse que estava indo comprar comida e que todos na comunidade estavam com medo da operação da Rota.