Imagens mostram duas tentativas de sequestro em menos de meia hora em SP
A disparada de casos como esses ligou o sinal de alerta das autoridades
Gudryan Neufert
Imagens retratam a violência nas ruas da maior cidade do país. Em menos de meia hora, câmeras de segurança registraram duas tentativas de sequestro em São Paulo. A disparada de casos como esses ligou o sinal de alerta das autoridades.
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Eram 19h24 desta 3ª feira (28.mar) quando os criminosos desceram do carro e anunciaram o sequestro, na zona oeste de São Paulo. O homem resiste, não entra no veículo, e é agredido. O vídeo mostra o momento em que ele leva uma coronhada.
Uma moradora grita que vai chamar a polícia, e os criminosos fogem do local.
Na mesma noite, na zona norte da capital, um homem de 60 anos também escapou por pouco. O engenheiro saiu de Campinas, no interior paulista, para encontrar uma mulher que havia conhecido pela internet.
"Não fizemos nenhuma videochamada, eu estava em São Paulo, aproveitei a volta e passei aqui. Cheguei no encontro, a pessoa falou para eu esperar e, nesse momento, eu olhei nas casas, a pessoa não apareceu. Um minuto depois 'apareceu' os indivíduos, eles já falaram: perdeu, perdeu, perdeu, perdeu playboy", conta o homem.
A vítima também foi espancada. Horas depois, os criminosos foram detidos durante um patrulhamento da polícia. Três deles foram reconhecidos pelo homem.
Desde o início do ano, 61 sequestradores já foram presos no estado de São Paulo, e 7 em cada 10sequestros que utilizam o Pix como método de extorsão começam com os aplicativos de relacionamento.
"É uma organização que se divide numa liderança, eventualmente uma mulher que vai chamar a vítima pro local do encontro, um grupo de sequestradores que vão arrebatar aquela vítima, um outro grupo que vai cuidar da vítima no cativeiro, e um grupo que vai fazer a movimentação financeira", afirma o delegado Fabio Nelson Fernandes, da divisão anti-sequestro.
Em 2001, 400 sequestros foram registrados em São Paulo. 20 anos depois, a polícia conseguiu diminuir esse número para 9, mas com o surgimento do Pix, a dinâmica mudou.
"A gente tem uma nova prática realizada pelos sequestradores, que não é mais a manutenção da vítima em duas ou três horas, como eram os sequestros relâmpagos, mas em dois ou três dias, para fazer as movimentações financeiras", conta o delegado.
A polícia de São Paulo dialoga com bancos e plataformas de redes sociais para tentar identificar as quadrilhas. Uma das dicas é fazer videochamadas e marcar encontros em lugares movimentados.
"Combinou de se encontrar num local público? Se por acaso mudar o que havia sido combinado, não vá", orienta o delegado.
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