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Jornalismo

Jovem negro é espancado por PMs quando já estava imobilizado na Grande SP

No Rio Grande do Sul, um homem foi morto em uma abordagem

Imagem da noticia Jovem negro é espancado por PMs quando já estava imobilizado na Grande SP
policial persegue vítima
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Dois flagrantes de violência policial foram registrados nesta 5ª feira (23.mar). Na Grande São Paulo, um jovem negro foi espancado por policiais militares quando já estava imobilizado. Já em Erechim, no norte gaúcho, um homem foi morto em uma abordagem.

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As imagens mostram um homem já baleado, no chão. Com a arma apontada, um PM agride outros dois com empurrões, chutes e socos.

Caído, um dos rapazes percebe a gravidade da situação do irmão ferido e se desespera. Rudimar Rolim Machado, de 37 anos, foi encaminhado para um hospital, mas não resistiu.

Segundo a Polícia Militar, a equipe foi chamada para atender um desentendimento envolvendo seis pessoas. O PM que atirou foi afastado do trabalho nas ruas. A corporação informou que disparo foi feito em legítima defesa, e as agressões com a arma em punho aconteceram porque os homens se negaram a deitar no chão.

Um estudo da Defensoria Pública gaúcha, divulgado no início deste mês, aponta que a violência policial no Rio Grande do Sul cresceu 41% em 2022 em relação ao ano anterior.

Em Carapicuíba, na Grande São Paulo, um caso também está sendo investigado. Um jovem negro foi agredido por pelo menos cinco PMs enquanto já estava rendido em uma viela.

Testemunhas dizem que a vítima se desentendeu com seguranças de um supermercado que o observavam nos corredores da loja. O dono do estabelecimento chamou a polícia. Ele não quis gravar entrevista, mas disse que o jovem não havia roubado nada.

Durante a perseguição, o rapaz chegou a cair do telhado. Capturado, o jovem negro ainda foi agredido por cinco policiais militares quando já estava imobilizado.

Um vídeo mostra um dos PMs aplicando um golpe chamado mata-leão, o que não é mais permitido nas abordagens da Polícia Militar paulista. Ele é agredido no rosto várias vezes, também é chutado pelos policiais.

Um deles pressiona o pescoço da vítima com um dos joelhos, o que também é proibido pelo protocolo policial. Quando as agressões cessam, a vítima está desacordada. O rapaz foi levado a um hospital e já teve alta. Ele foi levado para a delegacia, ouvido e liberado. O caso foi registrado pelos PMs como lesão corporal e desacato. Segundo os policiais, o motivo da perseguição foi resistência a abordagem.

O ouvidor das polícias de São Paulo foi informado do caso pela nossa produção. Para ele, claramente houve excesso por parte dos policiais.

"Totalmente fora dos padrões de abordagem, aquilo não é o que consta dos precedimentos operacionais padrão da Polícia Militar", diz o ouvidor, Claudio Aparecido da Silva.

A Secretaria da Segurança Pública informou que um inquérito foi instaurado e os envolvidos na abordagem foram alocados no serviço administrativo até a conclusão das investigações, em até 60 dias. As imagens das câmeras corporais vão ser analisadas.

Para o pesquisador Rafael Rocha, do Instituto Sou da Paz, o uso das câmeras não inibem a violência policial: "as câmeras, elas deveriam inibir, e se elas não estão inibindo o uso da violência como nesse caso de Carapicuíba, isso começa a dar um indício pra gente que tem um certo nível de permissividade, que esse controle externo e interno da própria polícia não estão sendo feitos adequadamente, porque é visível nas imagens que os policiais não tentam em nenhum momento esconder as câmeras como a gente já viu em ocorrências anteriores".

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