Chacina no DF pode ter sido motivada por disputa de terra
Novos depoimentos de suspeitos dão nova versão para crime brutal
Maycon Leão
Em mais um desdobramento do crime que é considerada a maior chacina do Distrito Federal, com a morte de dez pessoas da mesma família, a polícia descobriu detalhes sobre uma das vítimas, Marcos Antônio, e que a violência pode ter sido motivada por disputa de terras.
O inquérito foi concluído na 5ª feira (26.jan), mas novas fases de investigação serão realizadas. Se o primeiro inquérito não fosse concluído até a data, os presos suspeitos teriam a prisão relaxada.
Marcos Antônio e suspeito Gideon Batista se conheceram na Papuda
Já Marcos Antônio, pai de Thiago Belchior e anteriormente considerado um dos planejadores do crime, conheceu um dos suspeitos, Gideon Batista, na cadeia da Papuda. Marco tinha cerca de 12 passagens pela Polícia Civil: a primeira foi em 1995, preso por dois furtos. Os outros registros são, em maioria, por furto e roubo, além de adulteração de chassi de veículo e ameaça.
Na passagem mais recente, em 22 de dezembro passado, foi aberto um inquérito para apurar violação de domicílio. Esse registro deve ajudar a polícia a entender melhor o dinâmica do crime ou, ainda, que o caso tome novos rumos.
Crime motivado por disputa de terra, não necessariamente pelo dinheiro
Os três primeiros presos suspeitos ? Gideon, Horácio Ferreira e Fabrício Silva - prestaram novo depoimento para confrontar as informações do quarto e quinto presos, Carlomam dos Santos e Carlos Henrique "Galego". Carlomam afirmou que a motivação do crime foi por disputa de terras, não necessariamente o dinheiro, pois queriam ficar com a propriedade que seria de Marco Antônio, que morava no mesmo lote que Gideon.
De acordo com Carlomam, Marcos deu início às negociações do imóvel, sem consultar Gideon. Horácio também morava no mesmo lote. Essa situação teria causado desconforto e, para se vingar, Gideon teria armado o plano de matar a família, para que não ficassem herdeiros.
Ação sigilosa dá conta que Marcos Antônio não seria dono de terreno
A família de Elizamar teve acesso a uma ação que corre em sigilo, dando conta que Marcos não é o proprietário do terreno: os parentes não têm certeza se ele é dono da chácara ou outra na região. Marco teria invadido a propriedade como grileiro e a família entrou com uma ação para recuperar o imóvel.
Nesse sentido, se Marcos Antônio não era o real dono do lote e Gideon sabia dessa informação, a hipótese de o crime ter sido motivado por disputa de terras poderá ser descartada.
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