Em meio a guerra, governo ucraniano enfrenta renúncias e demissões
Saída de cargos acontece em meio a alegações de corrupção e desvios de contrato
No dia em que a invasão russa completa 11 meses, o governo ucraniano presenciou uma série de renúncias. Na manhã desta 3ª feira (24.jan), altos funcionários deixaram os cargos após alegações de corrupção, incluindo a compra de material logístico militar a "preços inflacionados" e desvios de contratos para compra de geradores.
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Entre as renúncias estão o vice-ministro da Defesa e responsável pelo apoio às Forças Armadas, Vyacheslav Shapovalov, e o vice-chefe da Administração Presidencial, Kyrylo Tymoshenk. O vice-Procurador-Geral, Oleksiy Simonenko, por sua vez, foi demitido. Também há relatos da demissão de cinco governadores regionais.
Os afastamentos de hoje acontecem poucos dias após a demissão e prisão do vice-ministro da Infraestrutura, Vasyl Lozynsky. O político foi acusado de desviar US$ 400 mil de contratos para compra de geradores, um dos primeiros escândalos de corrupção a se tornar público desde o início da guerra, em 24 de fevereiro do ano passado.
Pelas redes sociais, o assessor do presidente Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, afirmou que as decisões governamentais testemunham as prioridades do Estado. "Sem olhos cegos. Durante a guerra, todos devem entender sua responsabilidade. O presidente vê e ouve a sociedade. E ele responde diretamente a uma demanda pública fundamental - justiça para todos", escreveu.
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Ainda na noite de 2ª feira (23.jan), Zelensky proibiu as autoridades do país de realizarem viagens internacionais não governamentais. O decreto atinge governadores, ministros, policiais e promotores. Segundo ele, em até cinco dias, serão anunciadas novas ordens para oficiais cruzarem a fronteira ucraniana.