"Só pensava na minha mãe", diz homem para quem Zambelli apontou arma
Luan Araujo diz estar assustado por causa do ocorrido
O homem para quem a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apontou uma arma, identificado como Luan Araujo, disse neste sábado (29.out) que o ato foi "muito grave" e que, no momento, a única coisa na qual pensava era na sua mãe - segundo ele, "uma mulher preta solo".
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"Foi um negócio muito assustador para mim, e eu estou assustado até agora, porque eu percebo que pode acontecer qualquer coisa comigo a qualquer momento agora que veio a repercussão, então eu só quero proteção, eu só quero que me proteja. Protejam a minha mãe, protejam a minha família e só isso. Mais nada politicamente e só isso", afirmou Luan. Ele deu as declarações a jornalistas quando saía, nesta noite, do 4º Distrito Policial, onde o caso foi apresentado.
De acordo com o homem, quanto tudo aconteceu, não estava indo no ato do ex-presidente Lula (PT) com apoiadores que ocorria próximo do local: "A única coisa que eu queria falar mesmo é que hoje eu saí para ir num chá de bebê de um amigo meu. Eu sabia do ato na Paulista, mas eu nem ía no ato. Eu ía da comemoração do chá de bebê para outra comemoração, e eu acabei me dando conta de que eu vi a arma apontada para mim por causa de discussão política. Então é algo muito grave. Mais do que a questão política, mais do que a questão assim... eu sou uma pessoa preta, eu sou uma pessoa periférica, e apontaram arma para mim".
Questionado se foi vítima de racismo no episódio, Luan pontuou: "Eu não vou comentar, mas eu sou um homem preto e periférico que apontaram uma arma para mim à luz do dia".
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) disse neste sábado que pediu ao Conselho de Ética da Câmara a cassação do mandato de Zambelli por ela ter apontado a arma para o homem. A Rede Sustentabilidade e o Partido dos Trabalhadores (PT) também afirmaram que representarão contra a parlamentar no Conselho de Ética, na 2ª feira (31.out), por causa do ocorrido. Em nota, a deputada federal do PL afirmou que sacou a arma e apontou para o homem porque ele a agrediu. Segundo a parlamentar, por volta de 16h45, quando saía de um restaurante no cruzamento da Avenida Lorena com a Rua Joaquim Eugênio Lima, vários homens e uma mulher cuspiram nela e a xingaram. Na confusão, ela teria caído no chão e, ao se levantar, sacou a arma e seguiu em direção a um dos agressores.
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