AIEA pede zona de segurança em usina nuclear na Ucrânia
Agência nuclear da ONU divulgou o relatório da visita à usina de Zaporizhzhia, sob controle russo
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) pediu nesta 3ªfeira (6.set) à Rússia e à Ucrânia que estabeleçam uma "zona de segurança e proteção nuclear" ao redor da usina de Zaporizhzhia, em meio a temores crescentes de que os combates possam desencadear uma catástrofe em um país ainda marcado pelo desastre de Chernobyl.
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Em relatório divulgado menos de uma semana após a visita de inspeção de uma equipe técnica da agência, a AIEA insta ambos os países a pararem com os bombardeios ao redor da maior usina nuclear da Europa.
"Isso requer o acordo de todas as partes relevantes para o estabelecimento de uma zona de segurança e proteção nuclear" ao redor da usina, afirma a agência da ONU.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, que liderou a visita de inspeção, compareceu ao Conselho de Segurança da ONU na 3ª feira para relatar suas descobertas.
Antes da apresentação de Grossi, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, exigiu que as forças russas e ucranianas se comprometessem a interromper todas as atividades militares ao redor da usina e concordassem com um "perímetro desmilitarizado".
Guterres disse que isso inclui "um compromisso das forças russas de retirar todo o pessoal e equipamentos militares daquele perímetro e um compromisso das forças ucranianas de não entrar nele". Ele alertou que danos à usina, intencionais ou não, "podem significar uma catástrofe" na região e além.
Em seu relatório, a AIEA não atribuiu culpa pelo bombardeio na usina. A agência tem procurado manter-se fora da briga política e observou que, em várias ocasiões, a usina perdeu, total ou parcialmente, seu fornecimento de energia externo devido à atividade militar na área. A agência da ONU disse que uma linha de fornecimento de energia de backup deve ser restabelecida e pediu que "todas as atividades militares que possam afetar os sistemas de fornecimento de energia terminem".
Além disso, a AIEA alertou que a equipe ucraniana que opera a usina sob ocupação militar russa está "sob constante alto estresse e pressão, especialmente com a equipe limitada disponível" ? uma situação que pode "levar a um aumento do erro humano com implicações para a segurança nuclear. "
* Com informações da Associated Press