Papa volta a pedir paz na Ucrânia e diz que pretende visitar Moscou
Segundo pontífice, viagem está sendo discutida entre autoridades do Vaticano e do governo russo
O papa Francisco voltou a criticar a guerra na Ucrânia e pediu por um projeto que englobasse a paz mundial. Em audiência no domingo (3.jul), o pontífice refutou a atenção dada ao uso de armas e afirmou que a comunidade internacional deve pensar em estratégias de poder político, econômico e militar para "um mundo unido entre civilizações".
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"O mundo precisa de paz. Não uma paz baseada no equilíbrio de armas, no medo recíproco. Não, isso não serve. Isto significa fazer a história recuar setenta anos. A crise ucraniana deveria ter sido, mas ainda pode se tornar, um desafio para estadistas sábios, capazes de construir no diálogo um mundo melhor para as novas gerações", disse o papa.
No mesmo dia, em entrevista à agência de notícias Reuters, Francisco comentou que houve contatos entre o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, sobre uma possível viagem a Moscou.
Apesar de demonstrar interesse em visitar Kiev, capital ucraniana, o pontífice disse que gostaria de "servir à causa da paz" primeiramente na capital russa. "Eu gostaria de ir para a Ucrânia, e queria ir para Moscou primeiro. Trocamos mensagens sobre isso porque pensei que se o presidente russo me desse uma pequena janela para servir à causa da paz", afirmou.
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Desde do início da invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o papa vem exercendo um papel ativo nas mensagens contra a violência armada. Na última semana, por exemplo, o pontífice afirmou que as conquistas armadas e o imperialismo "não tem nada a ver" com Deus e que o cenário da guerra resulta apenas em vítimas e refugiados.