Indígena é morto durante abordagem policial em Pernambuco
Governo do estado já designou dois delegados especiais para investigar o caso
Orlando Santos
O Governo de Pernambuco designou dois delegados especiais para a investigação sobre a morte de um indígena durante uma abordagem policial, no sertão do estado.
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Indígenas da etnia Atikum se reuniram na comunidade Olho D'Água do Padre em um protesto por justiça. Edvaldo Manoel de Souza tinha 61 anos e morreu durante uma abordagem policial na última 4ª feira (15.jun). Ele morava em uma aldeia, na zona rural de Carnaubeira da Penha, municípios a 500 km do Recife.
"Hoje a nossa comunidade indígena tá toda de luto, né? [...] A gente vem buscando justiça por conta disso. Um policiamento que devia estar defendendo o nosso povo tá vindo massacrar o nosso povo", disse Ailton Wilton da Silva, líder da comunidade indígena.
Segundo a Polícia Militar, agentes foram acionados para investigar uma denúncia de caça predatória. Durante a ocorrência, um homem passou mal e foi socorrido pelos policiais. Ele teria morrido a caminho do hospital. Contudo, parentes de Edvaldo contestam a versão e dizem que a polícia chegou à aldeia em busca de uma arma de fogo e abordaram Edvaldo, que era hipertenso, de forma truculenta.
A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo acusa os policiais militares de agressão. Em uma rede social, a associação disse que "um policial deu um tapa violento no tórax da vítima e quanto mais Edvaldo negava possuir uma espingarda, mais ele apanhava".
Os delegados especiais da Polícia Civil designados para chefiar as investigações vão trabalhar em parceria com o Ministério Público do Pernambuco. A Corregedoria da Polícia Militar também abriu um inquérito para apurar se houve excessos na abordagem.
Os investigadores aguardam a conclusão do laudo pericial, que vai determinar o que provocou a morte de Edvaldo. Familiares, vizinhos e lideranças indígenas já prestaram depoimento.
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