Lavrov diz que soldados condenados à morte por separatistas cometeram crimes
Sentença foi proferida por tribunal da autoproclamada República de Donetsk, e classificada como crime de guerra pela ONU
O Ministro das Relações Exteriores da Rússia reconheceu nesta 6ª feira (10.jun) a sentença dada a dois britânicos e um marroquino pela Suprema Corte da autoproclamada República Popular de Donetsk, região separatista no leste da Ucrânia apoiada por Moscou. Os três lutavam ao lado de tropas ucranianas e foram considerados culpados de trabalhar "para uma violenta derrubada do poder". Eles também foram condenados à pena de morte por atividades mercenárias e terrorismo.
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Sergey Lavrov defendeu a validade da decisão. A região de Donetsk é reconhecida por órgãos internacionais como parte da Ucrânia. Líderes têm expressado preocupação com a sentença, que, segundo a agência Ria Novosti, deve ocorrer por um pelotão de fuzilamento.
"Os julgamentos estão sendo realizados com base na legislação da República Popular de Donetsk, porque os crimes em questão foram cometidos no território da RPD", disse Lavrov.
Os militares russos argumentaram que os mercenários estrangeiros que lutam ao lado da Ucrânia não são combatentes e devem enfrentar condenações duras. Os condenados têm um mês para recorrer da decisão. Enquanto isso, outro combatente britânico capturado pelas forças pró-Rússia, Andrew Hill, aguarda julgamento.
O governo britânico se pronunciou sobre as condenações e disse estar "profundamente preocupado". O porta-voz do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Jamie Davies, disse que, sob as Convenções de Genebra, os prisioneiros de guerra têm direito a imunidade de combate e "não devem ser explorados para fins políticos".
"Continuaremos a trabalhar com as autoridades ucranianas para garantir a libertação de quaisquer cidadãos britânicos que serviam nas forças armadas ucranianas e estão sendo mantidos como prisioneiros de guerra", afirmou.
O Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) também expressou preocupação com as sentenças de morte impostas pela autoproclamada República Popular de Donetsk, controlada por separatista, a dois britânicos e um marroquino. A porta-voz da agência, Ravina Shamdasani, observou nesta 6ª feira (10.jun) que, de acordo com os militares ucranianos, todos os três faziam parte das forças armadas da Ucrânia. E que, se esse for o caso, eles "não devem ser considerados mercenários".
Ainda segundo Shamdasani, esse julgamento equivale a um crime de guerra, pois não cumpre as garantias essenciais a um julgamento justo.