Comandante da PM suspeito de integrar organização criminosa é afastado
MP do Rio de Janeiro e Corregedoria da PM prenderam nove policiais militares na Operação Mercenários
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Onze mandados de prisão e 35 de busca e apreensão foram cumpridos nesta 5ª feira (26.mai) na Operação Mercenários, deflagrada pelo Ministério Público para desarticular uma organização criminosa formada por policiais militares, suspeita de sequestrar e extorquir criminosos, mediante tortura e pagamento de resgate. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na Vila Valqueire, zona oeste do Rio, na casa do tenente coronel André Araújo de Oliveira. O comandante do batalhão de Duque de Caxias é um dos investigados, e nesta manhã, foi afastado preventivamente do cargo pela Secretaria de Estado da Policia Militar.
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Agentes do Gaeco também estiveram na sede do 15º Batalhão de Duque de Caxias. Na sala do capitão Anderson Orrico, outro alvo dos mandados de busca e apreensão, os agentes encontraram R$ 37 mil. Mais R$ 96 mil já tinham sido apreendidos na casa dele.
Já na casa de Antônio Carlos dos Santos Alves, um dos PMs presos nesta 5ª feira, os agentes apreenderam um arsenal, com fuzis e pistolas, granadas, munições e rádios de comunicação semelhantes aos usados por traficantes, além de mochilas, cadernos de anotações, joias e R$ 120 mil em dinheiro.
A operação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência e é realizada em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar.
As investigações começaram a partir da análise dos dados do celular do sargento da Polícia Militar Adelmo Guerini, que também foi preso na operação desta 5ª. O aparelho foi apreendido em outra operação realizada há dois anos para desmantelar um grupo miliciano que explorava o serviço de mototáxis na zona oeste do Rio.
A partir dos dados extraídos do aparelho, os agentes identificaram um grande esquema criminoso envolvendo policiais militares. Segundo a denúncia do MP, em fevereiro de 2020, o tenente coronel André Araújo, então subcomandante do 24º BPM, assumiu o comando do 21º BPM, levando com ele parte do grupo para formar a P2, setor do serviço reservado da PM no 21º batalhão, que na época era chefiado pelo capitão Anderson Orrico. A partir deste momento, o esquema criminoso existente no Grupo de Ações Táticas do 24º BPM foi copiado e implementado no batalhão de São João de Meriti.
Os denunciados se aliaram para obter vantagens indevidas, po meio de acertos de propina com criminosos, em especial traficantes.
Quando esses acertos não eram realizado, os denunciados realizavam atos de violência, como extorsões, torturas e homicídios. Eles também desviavam parte do material apreendido dos criminosos.