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Mortos no RJ: a sina de provar que não é bandido até depois de morto

Vendedor e adolescente foram mortos durante operações policiais. Despedidas foram marcadas por protestos e revolta

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Montagem de fotos com dois rapazes negros e, ao centro, camiseta com buraco de bala
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As despedidas de um homem de 31 anos e um adolescente de 17, mortos durante operações policiais em comunidades no Rio de Janeiro, foram marcadas por protestos e revolta. Em ambos os casos, a conduta da polícia foi criticada. 

O jovem Cauã da Silva sonhava em ser lutador e competiria um torneio mundial neste final de semana. Imagens mostram o projeto social que a vítima participava minutos antes do assassinato, cometido na noite de 2ª feira (4.abr). O adolescente foi atingido com um tiro no peito na comunidade do Dourado, em Cordovil. O corpo foi jogado em um valão. 

Cauã é negro. 

A família contesta a versão de que a polícia revidou em confronto. A radiografia feita no jovem revelou um projétil de fuzil na costela. A bala teria ricocheteado em algum lugar antes de atingir a vítima. Os policiais envolvidos na ação foram afastados e as armas entregues à Polícia Civil. 

Um dia depois, na 3ª (5.abr), o vendedor de vassouras Diego William da Silva Dias Lima foi morto durante uma operação em Queimados, na Baixada Fluminense. Ele saía para trabalhar quando foi atingido pelas costas.  

Diego é negro. 

A versão da polícia diz que o homem teria atirado um explosivo em direção aos agentes e corrido para um beco na comunidade de Caixa D'Água, conhecida pelo tráfico. Os policiais afirmaram que o encontraram ferido no chão, armado e com um rádio comunicador. Ainda no depoimento, os agentes afirmaram que o vendedor foi socorrido, mas não resistiu. 

Os dois casos são investigados. Enlutadas e em revolta, resta às famílias a dor, mantendo a sina de que quem mora na favela precisa provar que as vítimas não são criminosos mesmo depois de mortas. 

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