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Estudo descreve processo de inflamação por casos graves de covid

Processo sistêmico é intensificado em pacientes não imunizados contra o vírus

Estudo descreve processo de inflamação por casos graves de covid
Processo de defesa do organismo contra o vírus acaba desencadeando uma cascata inflamatória | Divulgação/Fiocruz
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Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Escola de Medicina da Universidade de Harvard, revelou que os casos graves de covid-19 estão relacionados à ocorrência de uma inflamação excessiva gerada pelo vírus. Publicada na revista Nature, a pesquisa confirma análises anteriores sobre o caso e explica como o processo inflamatório se desenvolve no organismo 

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De acordo com os cientistas, ao entrar no organismo, o vírus Sars-CoV-2 desencadeia a infecção e, para combatê-la, o sistema de defesa é acionado, induzindo a produção de um tipo específico de anticorpo, chamado afucosilado. Esse anticorpo até consegue neutralizar o vírus e impedir que ele entre nas células epiteliais do pulmão, mas, por outro lado, desencadeia o processo de fagocitose por parte dos monócitos, que são células de defesa do organismo.

Ao fagocitar o Sars-CoV-2, ou seja, ao capturar e digerir o vírus, os monócitos ativam seus inflamossomas, que são complexos de proteínas, que causam a morte desses monócitos infectados, por meio de um processo conhecido como piroptose. Tal processo lança sinalizadores de perigo, indicando que algo está errado. Com isso, o organismo começa a produzir novas células de defesa, desencadeando uma cascata inflamatória.

"Os monócitos em piroptose estouram e liberam componentes que dão sinais de perigo ao organismo. Com isso, o sistema de defesa recruta outras células e, quanto mais recruta, mais inflamação vai ocorrendo. Ou seja, os monócitos conseguem agir abertamente, de forma a impedir a replicação do vírus, mas isso ocorre por meio do processo de piroptose, que causa uma imunopatologia, que é quando a defesa é prejudicial ao organismo hospedeiro. Isso porque as células que morreram causam uma tempestade de citocinas, gerando mais inflamação", explica a pesquisadora Caroline Junqueira, coordenadora do estudo. 

Ela ressalta que nenhuma das vacinas contra a covid-19 induz a produção do anticorpo afucosilado. O tipo de anticorpo é gerado somente pela infecção, confirmando que há diferença na estrutura do anticorpo produzido pela vacina, conforme já relatado em estudos anteriores. Assim, os resultados da pesquisa, além de abrir a perspectivas para os tratamentos da covid-19, reforçam também a importância da imunização. 

"Muitas pessoas pensam que é bom pegar a covid-19 para se tornar imune. A questão é que, nesse caso, a pessoa vai correr o risco de ter uma inflamação sistêmica. Com a vacina, não tem essa possibilidade. Nossa pesquisa constatou que o plasma de indivíduo vacinado não induz a produção do anticorpo afucosilado. Ou seja, a infecção gera anticorpos maléficos, e a vacina produz anticorpos benéficos", destaca a Caroline. 

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Em relação ao tratamento, a pesquisadora diz que os resultados do estudo trazem boas perspectivas, uma vez que há potenciais candidatos a medicamentos, que poderão inibir os mecanismos de morte celular inflamatória.

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