Zelensky compara ações russas com terrorismo e cobra providências da ONU
Presidente ucraniano falou para líderes internacionais após mortes em Bucha
Camila Stucaluc
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, nesta 3ª feira (5.abr), que as ações militares russas contra o país são equivalentes a atos terroristas. A declaração foi feita durante pronunciamento, por meio de videoconferência, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), onde o líder ucraniano também expressou insatisfação com as negociações e cobrou a organização por mais ações para o fim do conflito militar.
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Segundo Zelensky, os soldados russos estão "matando qualquer um que serviu o Estado ucraniano, além de assassinar famílias e queimar os corpos". O presidente denunciou ainda a execução de pessoas com tiros na nuca depois de serem torturadas em cidades antes ocupadas ao redor de Kiev, capital do país. Ele relembrou que, até o momento, mais de 400 corpos de civis foram encontrados pelas ruas, casas e locais de refúgio.
"O mundo ainda vai conhecer a real dimensão da crise. Estamos sendo alvo dos piores crimes já cometidos desde a Segunda Guerra Mundial", disse Zelensky. Como exemplo, ele citou as cidades de Bucha e Mariupol, onde centenas de cidadãos foram mortos e imóveis foram destruídos. "Eles [russos] estão matando civis deliberadamente e ateando fogo em pontos de acolhimento", ressaltou.
O presidente também expressou insatisfação nas ações adotadas pela ONU para conter a ofensiva russa na Ucrânia. Segundo ele, apesar das organizações vinculadas à entidade estarem enviando comboios com ajuda humanitária ao país e auxiliando os refugiados, é necessário mais esforços para investigar e julgar os responsáveis pelos crimes de guerra cometidos contra a população ucraniana.
"Vocês precisam agir imediatamente. Essa agressão precisa acabar e a paz deve ser restabelecida", frisou, criticando a organização por também não frear os conflitos militares na Síria, Afeganistão e Iraque.
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Mais cedo, Zelensky havia comentado que, mesmo com os atos "horrendos" da Rússia, as delegações dos países precisavam continuar focando nas negociações para um cessar-fogo, já que ainda há cidades sob ocupação russa. Ele ressaltou que os atos nunca serão perdoados, mas que a diplomacia deve estar a frente para evitar mais mortes inocentes.
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