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Brasileiro relata drama da guerra: "Duas bombas caíram perto da minha casa"

Estudante de Medicina goiano desembarcou nesta 5ª em Brasília, após deixar a Ucrânia em voo da FAB

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Rony de Moura
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O estudante de Medicina Rony de Moura, que morava em Kiev, na Ucrânia, havia três anos, descreveu a sensação de chegar no Brasil, nesta 5ª feira (10.mar), junto a outros brasileiros. "Alívio. Quero encontrar com a minha namorada e a minha filha. Quero meu diploma e poder seguir uma vida tranquila. Pretendo fazer transferência externa para atuar em Medicina aqui no meu país", disse. Faltava apenas uma prova para o jovem concluir a graduação quando a guerra começou. 

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Natural de Niquelândia, Goiás, ele disse que a hora que mais sentiu medo foi quando duas bombas caíram perto da sua residência. "Estava em Kiev, fazendo uma live no meu Instagram, e caíram bombas perto da minha casa. Duas bombas caíram próximas, registrei tudo no meu Instagram. Não cheguei a ver pessoas mortas", relatou Rony. "Não tive medo de morrer, mas foi um choque de realidade quando entrei no supermercado e não tinha água e as pessoas estavam desesperadas", afirmou sobre a situação em Kiev com o início da guerra. 

O trajeto de fuga da capital ucraniana foi complicado. De Kiev para Lviv, perto da fronteira com a Polônia, foram 540 km e cerca de 13h de viagem. De Lviv para a fronteira, foi mais tranquilo, segundo Rony: "Tínhamos cinco carros levando todo o grupo de brasileiros, escolta, Cruz Vermelha". O estudante afirma que na fronteira com a Polônia havia filas de mulheres e crianças aguardando para atravessar. O jovem disse que o voo foi muito cansativo, mas ressaltou que o conforto era o que menos importava. O principal era chegar em casa. 

Resgate

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, afirmou que todos os passageiros chegaram bem. "Tinhamos um médico do SUS a bordo, veterinarios a bordo. Todos chegaram todos bem. Nossas embaixadas em Cabo Verde e Portugal deram todo apoio", destacou. França ainda ressaltou que não há previsão de novos voos da FAB para resgatar brasileiros. "Ficaria mais econômico retirar brasieliros através de voos comerciais."

A Operação Repatriação trouxe 68 pessoas, 42 brasileiros, 20 ucranianos, cinco argentinos e um colombiano. Entre eles, 14 são crianças. Oito cães e dois gatos também vieram. Os repatriados deixaram Varsóvia, na Polônia, na 4ª feira (9.mar), fizeram uma escala em Lisboa, Portugal, e uma na Ilha do Sal, em Cabo Verde. Mais cedo, já nesta 5ª, fizeram a última, de três horas em Recife, antes do destino final: Brasília.

Os repatriados desembarcaram na Base Aérea de Brasília, às 12h, e foram recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), pela primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras autoridades. Depois do desembarque, passaram pela imigração e fizeram testes de covid-19. Os animais receberam vacina contra a raiva e, depois, todos os repatriados foram recepcionados em um salão, ainda na Base Aérea, para uma festa com comes, bebes e música. Em seguida, devem embarcar para as respectivas cidades. 

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