"Não se trata de operação militar, mas uma guerra", diz Papa Francisco
O pontífice também afirmou que na Ucrânia "correm rios de sangue e lágrimas"
O Papa Francisco lamentou neste domingo (06.mar) a guerra na Ucrânia. Foi logo após a oração do Angelus dominical, que o líder da Igreja Católica fez da sacada do seu escritório para uma multidão de fiéis que acompanhavam da Praça São Pedro, no Vaticano. Francisco disse que "rios de sangue e de lágrimas" correm na Ucrânia e pediu a instauração de corredores humanitários para a população civil.
"Rios de sangue e lágrimas correm na Ucrânia. Não é apenas uma operação militar, mas uma guerra, que semeia morte, destruição e miséria. O número de vítimas está aumentando, assim como as pessoas que fogem, especialmente mães e crianças. A necessidade de assistência humanitária naquele país problemático está crescendo dramaticamente a cada hora", declarou o pontífice.
Na Rússia, é proibido se referir aos acontecimentos na Ucrânia como uma guerra. Na sexta-feira (04.mar), isso passou a ser crime, com punição de até 15 anos de prisão. Entre os fiéis presentes na praça de São Pedro para seguir a oração do Angelus, vários estavam com bandeiras da Ucrânia.
No discurso, o Papa Francisco também fez um "apelo para que os corredores humanitários sejam genuinamente protegidos, para que seja garantida a ajuda e o acesso facilitado às áreas sitiadas, a fim de oferecer um socorro vital aos nossos irmãos e irmãs oprimidos pelas bombas e pelo medo", pediu o Papa.
Os comentários foram os mais duros que o papa já fez sobre o conflito no país, embora, como tem ocorrido durante todo o conflito, ele não tenha condenado nominalmente a Rússia. O líder da Igreja Católica também cobrou o fim dos ataques e a retomada das negociações, do senso comum e o respeito ao direito internacional.
"Acima de tudo, imploro que os ataques armados cessem e que a negociação - e o bom senso - prevaleçam. E que o direito internacional seja respeitado mais uma vez!", pediu Francisco.