Parente de congolês morto no RJ relata possível participação de policiais
"Brasil é uma mãe, [nossa] segunda casa, e como vai matar um irmão trabalhando?", lamentou parente
Primeiro Impacto
Após o congolês Moïse Kabagande ser espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro (RJ), um familiar da vítima relatou o temor da parentes e que o crime pode ter a participação de policiais militares: "Eu reconheço os dois, apareceu os dois, que impediram o dono do quiosque quando ele ia junto com a gente na delegacia de homicídios".
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O estrangeiro, de 24 anos, foi assassinado na 2ª feira passada (24.jan) e o corpo foi velado no último final de semana sob forte comoção de familiares e amigos. Moïse foi morto após cobrar uma dívida com o patrão, no local onde trabalhava.
Segundo a família, a vítima recebia valores diários e o dono do local não teria pagado o valor de dois dias. Ele foi brutalmente espancado por cinco homens com pedaços de madeira e um taco de beisebol. Depois, foi encontrado amarrado, perto de uma escada, sem vida.
Após o crime, o corpo de Moïse foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). A família acusou os peritos de terem retirado os órgãos da vítima e protestaram.
O SBT obteve com exclusividade o laudo da morte do congolês. Segundo o documento, a necrópsia foi feita um dia após o assassinato e apontou como causa da morte traumatismo do tórax com contusão pulmonar. As imagens do exame revelam lesões concentradas nas costas e o tórax aberto, com os órgãos dentro.
A Polícia Civil negou que tenha retirado qualquer órgão da vítima e diz que está investigando os autores do crime. Imagens de câmeras de segurança foram analisadas para identificar os assassinos.
O representante da embaixada da República do Congo, Placide Ikuba, afirmou que Moisés usava passaporte vermelho, um passaporte diplomático. "Ele não foi qualquer um. Ele foi um refugiado diplomático. Foi morto do jeito que foi morto e isso é uma vergonha", lamentou.
A vítima e a família deixaram o país africano para se abrigar no Brasil, todos fugindo da guerra e tentando a sobrevivência no Rio de Janeiro. "Brasil é uma mãe, [nossa] segunda casa, e como vai matar um irmão trabalhando? Justiça vai ter que ser feita", clamou um familiar de Moïse.
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