Disseminação de notícias falsas pode atrapalhar vacinação infantil
Fake news vão na contramão dos estudos clínicos que comprovam a eficácia das vacinas contra a covid-19
SBT Brasil
Cerca de 80% das crianças ainda não foram imunizadas contra a covid, no estado de São Paulo. A disseminação de notícias falsas pode ser um dos motivos para o baixo índice de vacinação infantil.
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Dúvidas, insegurança, medo mesmo. Miriam Oliveira ainda não levou a filha caçula, Maria Helena, para tomar a vacina. "'Dou, não dou? Dou, não dou?'. O coração aperta, você olha para a carinha e você fala: 'meu deus! E se eu der e minha filha passar mal? E se eu não der e ela pegar?' É muito difícil", disse.
A pequena Maria Helena, por sua vez, pontuou: "Eu vou tomar. Vai doer, mas eu vou tomar". Notícias falsas e propagandas para desestimular a vacinação infantil não param de circular. Comentários que remetem a imunização a um experimento, que afirmam que as vacinas causam risco de morte e que descredibilizam os médicos.
Tudo informação falsa, segundo o presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri: "não há nenhum problema com segurança dessas vacinas, o benefício que elas trazem". Ainda de acordo com ele, "o mesmo rigor que tivemos para licenciar as vacinas para os idosos, para os adultos, para as grávidas, para os adolescentes, tivemos também pras crianças".
As notícias falsas vão na contramão dos estudos clínicos feitos no mundo todo que comprovam a eficácia e a segurança das vacinas contra a covid-19. Segundo a SBP, as crianças ainda correm um risco menor de terem efeitos colaterais do que os adultos. "Vá consultar o seu pediatra, o site da Sociedade Brasileira de Pediatria. Aqueles que têm condições de informar com qualidade. Não os grupos, não as teorias que circulam pela internet", acrescentou Kfouri.
No estado de são paulo, o início da vacinação entre 5 e 8 anos foi antecipado para esta 6ª feira (28.jan). Isso porque sobram doses nos postos. Janaína Lima não perdeu tempo e trouxe o filho de 6 anos, Enzo. "A primeira coisa quando abriu eu falei: 'vamos tomar a vacina porque já vão começar as aulas'", relembra a mulher.
No Vaticano, o papa Francisco condenou a divulgação de notícias falsas sobre a covid e disse que ser informado corretamente é "um direito humano". Direito que Maria Eduarda, de 10 anos, sabe quetem: "essa covid, nossa, é horrivel! Ainda bem que eu já tomei a vacina, tava muito animada para tomar".
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