Sociedade Brasileira de Imunologia defende vacinação em crianças
Ministério da Saúde confirma 308 mortes de crianças de 5 a 11 anos por covid-19 desde 2020
SBT Brasil
A Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) publicou nesta 6ª feira (7.jan) uma nota em defesa da vacinação das crianças contra a covid-19. O texto diz que "nenhuma outra doença, para a qual já existe pelo menos uma vacina disponível matou mais crianças no Brasil no ano passado do que a 'covid-19', e que as crianças funcionam hoje como um reservatório para coronavírus, contribuindo tanto para a disseminação do vírus como para o surgimento de variantes".
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Em janeiro de 2021, Alice tinha somente 7 anos e acabou não resistindo a covid-19. Ela tinha comorbidades e morreu depois de três dias de internação. O pai, Rodolfo Silva, que é médico clínico, quer vacinar os dois outros filhos o mais rápido possível. "Eu sei o que eu tô passando, que a minha família tá passando e o que a gente passou e o que a gente não quer passar e também não quer assistir outra", afirma o médico.
A filha de Ticiane e do educador físico Wilson Correa Neto foi internada em São Paulo no dia 10 de fevereiro do ano passado. Tainah passou 13 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e chegou a ser intubada. "As crianças, todo mundo falava no começo, eu mesmo, a gente falava: pô, criança não acontece nada. E eu quase perco minha filha", relembra Wilson.
O Ministério da Saúde confirma 308 mortes de crianças de cinco a 11 anos por covid-19 desde 2020. Dessas, 59% apresentavam algum tipo de comorbidade. Das mais 6 mil infectadas, 37% também tinham comorbidades. A letalidade nesta faixa etária é de praticamente 5%.
As 308 mortes por covid-19 são a maior causa de mortes de crianças nessa faixa etária em comparação a qualquer outra doença. O Ministério da Saúde liberou a vacinação nesta semana, 20 dias após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São mais de 20 milhões de crianças entre 5 e 11 anos. Os primeiros lotes do imunizante chegam no dia 13 de janeiro, e a entrega total deve ser feita até o fim do primeiro trimestre.
Para Clarissa Morais Busatto Gerhardt, integrante do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), "se a gente não imunizar essa faixa etária, vai ficar sobrando para eles contraírem a doença e essa transmissão nunca vai acabar".