Polícia Militar apresenta nomes de agentes que participaram de chacina
Operação policial terminou com nove mortos em São Gonçalo, no Rio de Janeiro
SBT Brasil
As nove mortes durante a operação no complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, foram provocadas apenas por amas de fogo, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro. A Polícia Militar entregou nesta 4ª feira (24.nov), na delegacia de homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, os oitos fuzis que afirma que foram usados na operação.
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A polícia também apresentou os nomes dos Pms que participaram da ação. As armas passaram por confronto balístico. "Já vi algumas cenas de operação, né? Mas essa foi uma, assim, um pouco mais trágica", disse uma testemunha em depoimento que preferiu não se identificar.
Segundo a Polícia Civil, a perícia realizada nos corpos indicou que as mortes foram provocadas por armas de fogo -- e que não há indícios de facadas. O caso também é investigado pelo ministério público, que recebeu da Polícia Militar os nomes e a escala de trabalho dos Pms que trabalharam no final de semana.
No primeiro evento público três dias após a chacina, o Governador Cláudio Castro manteve silêncio sobre o ocorrido.
Familiares em luto
Em mais um dia de enterros, parentes não gravaram entrevistas. Muitos têm medo e denunciam que os Pms roubaram os pertences dos mortos e saquearam o espaço usado como área de lazer na comunidade, onde fizeram até um churrasco no final de semana. Bolsas com dinheiro de traficantes também teriam sumido.
A Polícia Militar diz que vai avaliar a conduta dos agentes do batalhão de operação especiais que participaram da ação.
Dados
Um estudo da universidade federal fluminense revelou que quase a metade (45,7%) das operações policiais em favelas na região metropolitana do Rio descumprem a decisão do Supremo Tribunal Federal, que impõem restrições para esse tipo de ação durante a pandemia. Os dados também indicam que 37% das mortes violentas são provocadas por agentes do Estado.