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"Passaporte da vacina" evita contaminações? Especialista opina

Medida será adotada pela cidade de São Paulo para diminuir o número de infecções por covid-19

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comprovante de vacinação
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A cidade de São Paulo anunciou na última semana a implantação do "passaporte da vacina", que tornaria obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19 para entrar em estabelecimentos e grandes eventos. O anúncio gerou descontentamento de alguns setores e, até o momento, entrou em vigor no estado do Rio de Janeiro e São Paulo.

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Para o especialista Marcelo Daher, da Sociedade Brasileira de Infectologia, a medida pode ser eficiente para incentivar a vacinação das pessoas que ainda não se imunizaram, mas que desejam frequentar bares, restaurantes, shows e demais eventos de maior aglomeração.

"A gente precisa avaliar o contexto atual pra falar sobre isso. Nesse momento, com a variante Delta e o conhecimento de que a eficiência das vacinas cai após seis meses, principalmente nos mais velhos e imunocomprometidos, eu acho que o passaporte da vacina serve como um constrangimento pra levar as pessoas a se vacinarem", afima o infectologista.

Segundo Daher, apesar de incentivar a imunização coletiva, a medida não é tão eficiente para evitar casos de transmissão do novo coronavírus durante a realização de grandes eventos.

"Como bloqueio de transmissão não acho que seja a conduta ideal, acho que a conduta mais ideal seria ter testes mais rápidos, fáceis e baratos, isso sim conseguiria conter a transmissão, e não a questão do 'passaporte da vacina'. Se a gente pegar o que aconteceu em Wembley, na Inglaterra, na final da Eurocopa, onde as pessoas tinham que estar vacinadas e testadas e houve vários casos de transmissão no estádio, isso mostra que o 'passaporte da vacina' não é tecnicamente a saída", diz o especialista.

A partida citada pelo infectologista foi entre Inglaterra e Itália, realizada em 11 de julho e tida posteriormente como um evento "superdisseminador" de covid-19, segundo a autoridade de saúde britânica, Public Health England (PHE). De acordo com a organização, entre os 67 mil torcedores que estavam no estádio, provavelmente 2.295 estavam infectados no dia da decisão e podem ter passado a doença para outras 3.404 pessoas.

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Países que adotam o "passaporte da vacina"

Enquanto começa a ser discutido no Brasil agora, o "passaporte da vacina" já é aplicado em países ao redor do mundo. Confira abaixo alguns locais que adotaram a medida:

França

No país europeu, as pessoas que quiserem frequentar bares, restaurantes, museus e cinemas, por exemplo, precisam apresentar comprovante de vacinação ou teste de covid-19 com resultado negativo.

Itália

Para frequentar locais fechados, pontos turísticos e também transporte público, os italianos precisam ter recebido ao menos uma dose da vacina contra o novo coronavírus, teste negativo para a doença ou ter se recuperado da infecção nos últimos seis meses. As informações constam em um documento criado pelo governo do país.

Nova York

Na cidade dos Estados Unidos, os estabelecimentos fechados precisam verificar se seus clientes estão imunizados. A comprovação pode ser feita por aplicativo ou apresentação da cartela de vacinação. Quem não se vacinou está sujeito a multa.

China

No país asiático as pessoas precisam apresentar um QR Code com suas informações para que o governo defina se elas estão aptas ou não para circular livremente pelo país.

Israel

O "passaporte da vacina" também foi implementado no país, que por meio de aplicativo controla quem está imunizado e pode frequentar grandes eventos, restaurantes, pontos turísticos e templos religiosos.

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