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Jornalismo

Se CPI tiver contaminação eleitoral será gravíssimo, diz Temer ao SBT 

Ao Poder em Foco, ex-presidente disse ver equívocos de Bolsonaro, mas não motivo para impeachment

Imagem da noticia Se CPI tiver contaminação eleitoral será gravíssimo, diz Temer ao SBT 
telas do Poder em Foco com Roseann Kennedy e ex-presidente Michel Temer
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O ex-presidente Michel Temer fez um alerta: se a CPI da Pandemia tiver contaminação eleitoral será gravíssimo para o país. "A experiência que eu tenho das CPIs no Congresso, ao longo de tanto tempo que fiquei lá, é que elas fazem uma investigação e, naturalmente, muito barulho também de natureza eleitoral, o que não me parece muito adequado num momento em que todos têm que se unir para combater a pandemia e recuperar a economia", afirmou em entrevista ao Poder em Foco, no SBT, neste domingo (09.mai). 

Temer avaliou, ainda, que o resultado das comissões parlamentares de inquérito não tem execução imediata. A CPI tem poder de investigar, mas não de indiciar, por exemplo. "O resultado da CPI vai para o Ministério Público verificar se toma as providências sugeridas ou não. Se não tomar, simplesmente arquiva", observou. 

Temer diz não saber como o colegiado vai se comportar, mas que espera responsabilidade dos integrantes da comissão. "Espero, aliás, eu convivo com Renan (Calheiros) e outros integrantes e ouço que o objetivo é de apurar e nada mais do que isso. Não é de gerar conflitos internos ou conflitos com o Executivo", destacou. Calheiros é do MDB, mesmo partido de Temer e é o relator da CPI. Tem adotado postura permanentemente crítica ao presidente Jair Bolsonaro e é aliado do ex-presidente Lula, o que gerou desconforto na base governista. 

A CPI da Pandemia foi instalada para apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio para os pacientes internados, além dos repasses de recursos aos estados e municípios também serão investigados. 

Equívocos em vez de unidade nacional

Para Michel Temer, o presidente Jair Bolsonaro cometeu equívocos na gestão da crise e perdeu uma oportunidade de virar um herói nacional, referência na América Latina. 

"Ele perdeu uma oportunidade de comandar, centralizar toda essa atividade de combate à pandemia. Se no primeiro momento o presidente tivesse, por exemplo, chamado os governadores, o Congresso Nacional, feito uma unidade. Por exemplo, em certos momentos, sem dúvida alguma, era fundamental o fechamento geral, por 15, 20 dias, para verificar qual seria o resultado. Uma regra geral da união federal. Se o presidente centralizasse essa atividade, em face das potencialidades do nosso país, seria um exemplo para toda a América Latina". 

 

Ao invés da unidade e do apoio nacional, Bolsonaro cometeu equívocos na gestão da crise sanitária, segundo a avaliação de Michel Temer. Mas o ex-presidente, que também é jurista, disse ainda não ver embasamento para acusá-lo de crime de responsabilidade. 

 

Impeachment é trauma institucional 

Para Temer, seria um equívoco político, também, iniciar um processo de impeachment em meio a uma pandemia. Ele considera mais responsável aguardar as eleições de 2022 para que o cidadão faça seu julgamento nas urnas. 

O ex-presidente, que assumiu o Planalto após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, disse que o processo causa traumas institucionais e trava a pauta nacional. "Nós passaremos meses no meio da pandemia, no meio dos desastres da economia, enfrentando um impedimento de natureza política. Será que vale a pena? Eu confesso que eu tenho minhas dúvidas em relação a isso", ponderou. 

 

Relação inadequada

Michel Temer disse que, apesar de alguns desentendimentos públicos entre o atual vice Hamilton Mourão e o presidente Jair Bolsonaro, não vê semelhança entre a relação deles e a que tinha com Dilma Rousseff quando era seu vice. Perguntado como classificaria a relação hoje com a petista, o ex-presidente foi taxativo: "cerimoniosa demais e politicamente inadequada". 

 

Poder em Foco

O Poder em Foco é apresentado pela jornalista Roseann Kennedy que, semanalmente, recebe uma personalidade do ambiente do poder para tratar assuntos importantes da pauta nacional. Ele vai ao ar na madrugada deste domingo (09.mai) para segunda, 00h45, no SBT. A jornalista Débora Bergamasco também participa da entrevista desta semana.

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