Covid-19: É possível pegar o vírus mais de uma vez? Entenda
Epidemiologista e professor da UnB reforça importância da vacinação para maior controle da pandemia
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
SBT News
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A todo instante, autoridades de saúde de todo mundo identificam o surgimento de novas variantes do coronavírus e, com isso, mais dúvidas sobre a doença aparecem.
Mesmo sendo pouco documentada, a possibilidade de reinfecção pela covid-19 existe, afirma Walter Ramalho, epidemiologista e professor na Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, as mutações do vírus podem ser capazes de acentuar a gravidade de pacientes que são infectados novamente.
"Com o passar do tempo, com o surgimento de novas variantes, o risco de reinfecção aumentou", explica.
Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com dados coletados entre 21 e 27 de fevereiro, contabilizava 6 casos de reinfecção no Brasil. Ao se comparar com o total de casos, que em 27 de fevereiro superava os 10,5 milhões, o número de registros oficiais de reinfecção ainda é pequeno.
Estudo divulgado nesta 2ª feira (5.abr) por pesquisadores da Fiocruz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto D'Or de Ensino e Pesquisa mostra que a reinfecção da covid-19 pode ocorrer mesmo em pacientes assintomáticos, entre aqueles que tiveram sintomas leves ou moderados e aqueles que não foram contaminados com algumas das novas variantes do vírus.
O estudo, que ainda precisa ser revisado por pesquisadores da área, constatou que as reinfecções foram mais agressivas e pacientes que contraíram o coronavírus pela segunda vez apresentaram cargas virais mais altas e sintomas da enfermidade.
Imunização
Ramalho diz que a imunização da população é a melhor forma de se controlar a pandemia e de que dúvidas a respeito sobre o vírus surgir a todo momento na comunidade científica. "A estimulação do nosso sistema imunológico através da vacina é muito melhor, se comparado à estimulação de anticorpos de forma natural", explica.
Enquanto a vacinação não cresce no país, especialistas defendem a manutenção de ações pessoais para a contenção doença, como o uso de máscara e o distanciamento social.