Publicidade
Jornalismo

Nubank lança meta de ter 50% de mulheres em cargos de gestão até 2025

Cristina Junqueira anunciou em entrevista exclusiva ao SBT

Imagem da noticia Nubank lança meta de ter 50% de mulheres em cargos de gestão até 2025
Poder em Foco
• Atualizado em
Publicidade
A cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, anunciou a nova meta da empresa para promover igualdade num setor que é majoritariamente masculino. O compromisso é chegar a 50% de mulheres no número total de funcionários e nas posições de liderança,  no máximo até 2025. "Mas, idealmente antes, né?", disse, em entrevista exclusiva à jornalista Roseann Kennedy, no Poder em Foco, no SBT

O Nubank aproveitou o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher para reforçar os projetos de inclusão. Cristina avalia que a fintech está à frente de outras instituições nesse quesito, mas ainda tem muito a fazer. 

 "A gente não tem conhecimento de nenhuma instituição, nem em tecnologia, nem no setor financeiro, que tenha 42% da sua equipe formada por mulheres, que é o caso do Nubank hoje, e nem 39% das posições de liderança formada por mulheres. Apesar de termos números melhores do que qualquer outra instituição no mercado, temos o compromisso de continuar avançando", ressaltou. 

O projeto inclui reforço em treinamento e eventos, principalmente em áreas com menor representatividade, como finanças e engenharia de software. Cristina relata que, mesmo nas empresas do Vale do Silício, que há anos investem centenas de milhões de dólares na questão de gênero, somente 12% do setor de tecnologia são formados por mulheres. 

"No Nubank a gente já tem 20% e faz eventos específicos de recrutamento para atrair as mulheres com esse tipo de carreira, assim como iniciativas de formação", informou. 

 



Diversidade

Além da inclusão de gênero, há uma preocupação específica em aumentar a diversidade racial na equipe. "A gente vai formar 250 mulheres negras em condições de vulnerabilidade no setor de tecnologia para serem desenvolvedoras", informou. 

O objetivo faz parte de um programa mais amplo que prevê a contratação de mais de 3.300 funcionários negros nos próximos cinco anos. "Para chegar no número de representatividade de, pelo menos, 30% da nossa equipe, inclusive em condições de liderança", detalhou.

No ano passado, Cristina se envolveu em uma polêmica ao falar, durante entrevista ao programa Roda Viva, da dificuldade de encontrar lideranças negras e que não podia nivelar a equipe por baixo. Depois do episódio, o Nubank prometeu fazer amplo trabalho de reparação e enfrentamento ao racismo estrutural no país. 


Comprometimento

A fundadora do Nubank cobra maior comprometimento das empresas para melhorar a diversidade e a inserção da mulher no mercado de trabalho, ampliar a participação nos cargos de liderança e os salários. Ela destaca que é preciso ter objetivos claros e monitorar os números. 

 "É muito difícil você gerir e avançar numa coisa que não está medindo. Muitas empresas sequer sabem como estão hoje em relação à representatividade. Um dado recente mostra que mais de 65% das empresas brasileiras não têm ninguém na equipe sequer pensando no teor da diversidade", observou. 

Para Cristina, sem ações intencionais de mentoria, formação e revisão de processos não é possível retirar os vieses e os preconceitos das tomadas de decisão em relação a promoções e à abertura de oportunidades. 

 



Maternidade

Quando juntamente com dois sócios fundou o Nubank em 2013, Cristina Junqueira estava grávida de sua primeira filha. No ano passado, deu à luz novamente e trabalhou intensamente até o fim da  gestação. Ela foi, inclusive, capa da revista Forbes com uma barriga enorme no 9º mês de gravidez. 

Para ela, isso tem reflexo no comportamento e na segurança da equipe de mulheres do Nubank quando optam pela maternidade. Segundo Cristina, hoje no mercado brasileiro, só 40% das mulheres que trabalham em empresas que oferecem a extensão da licença maternidade de 4 para 6 meses optam por essa ampliação. "Esse número no Nubank é de 93%", enfatiza. 

Cristina Junqueira também comemora que as mulheres tenham ganhado voz para denunciar casos de preconceito e assédio no mercado de trabalho. "Ainda bem que hoje as mulheres podem falar: olha, eu não quero esse tipo de tratamento, eu não tolero esse tipo de comentário. E realmente a gente tem muito mais canais, muito mais maneiras de apontar a discriminação, de apontar preconceito, de apontar condutas, até muitas vezes de assédio que nunca deveriam ser toleradas".

Ela conta que quando começou a carreira, há 20 anos, não era assim e que sofreu diversos tipos de abordagens machistas. "Desde situações que as mulheres, infelizmente, ao longo dos anos se acostumaram demais a ouvir, de piadinhas, de inconveniências, até situações de assédio mesmo. É muito triste saber que ao longo das últimas décadas as mulheres simplesmente tiveram que ouvir caladas. Quando eu comecei a minha carreira, a maneira de lidar com isso era fingir que você não tinha ouvido, mudar de assunto, pensar em outra coisa, falar com outra pessoa, mas a gente não podia sequer confrontar, a gente não podia sequer falar que aquilo era um problema", lamentou.  

 



Perfil

Cristina Junqueira é engenheira. Ela trabalhou por anos como consultora em bancos tradicionais e, em 2013, deu uma virada na carreira e foi uma das fundadoras do Nubank, que hoje é o maior banco digital independente do mundo, opera no Brasil, México e Colômbia, tem mais de 34 milhões de clientes e 2.800 funcionários. Em 2020, foi eleita pela revista Forbes como uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil.

Poder em Foco

 O Poder em Foco vai ao ar na madrugada deste domingo (07) para segunda, 00h45, no SBT. Neste mês, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher, a cada semana a jornalista Roseann Kennedy vai entrevistar uma mulher de destaque no ambiente do poder. 
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade