Covid-19 já provocou a morte de 22 moradores de rua na cidade de SP

Pelo menos 22 moradores de rua já morreram por causa novo coronavírus na cidade de São Paulo. Dentre as vítimas, oito eram idosos e com problemas de saúde pré-existentes. A capital paulista tem, hoje, cerca de 24 mil pessoas em situação de rua. 

Dois locais foram preparados pela administração municipal para receber pessoas em situação de rua com a Covid-19 ou com suspeita da doença. Em uma das unidades, na Zona Oeste da cidade, quarenta pessoas estão internadas com sintomas do vírus. 

Para tentar frear a disseminação do novo coronavírus entre essa população, a Prefeitura de São Paulo antecipou ações de acolhimento, que têm início com a chegada das baixas temperaturas, e foi autorizada pela Justiça a fazer convênios com hotéis da região central da cidade para aumentar o número de vagas e diminuir possíveis aglomerações nos abrigos.

"Especialmente hotéis daqui do centro da cidade de São Paulo, onde se concentra grande parte da população em situação de rua. A expectativa é que hoje, dia 7, a gente tenha uma noite abaixo de 13 graus, e entra em operação a ação conjunta da GCM e da assistência social em saúde, da mesma forma que ela operou nos últimos invernos", anunciou o prefeito Bruno Covas.

O padre Júlio Lancellotti, um dos principais representantes em prol da população de rua, critica as dificuldades que essas pessoas têm em conseguir o auxílio emergencial oferecido pelo Governo Federal. "Está tendo muita dificuldade, muita burocracia. Nós temos feito aqui as inscrições, quando isso não deveria ser uma função de voluntários. Você tem que ligar no 156, dizer se você tem CPF, se você não tiver CPF, você nem agenda o atendimento", explicou o padre.

Na noite desta quarta-feira (06), alguns moradores de rua dormiram em frente ao Instituto de Identificação da Polícia Civil para tentar conseguir os documentos. O órgão montou uma força-tarefa e pretende fazer 150 atendimentos por dia.