Cinco pessoas são condenadas pelo assassinato de Jamal Khashoggi
O jornalista foi morto em outubro do ano passado, dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia. Onze pessoas foram julgadas pelo crime
SBT News
A Justiça da Arábia Saudita condenou, nesta segunda-feira (23), cinco pessoas à morte pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em outubro do ano passado. Outros três acusados receberam uma pena de vinte e quatro anos de prisão.
Três envolvidos também foram julgados e inocentados do crime; dentre eles, Saud Al-Qahtani, um dos principais assessores do príncipe regente da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman.
O jornalista foi morto dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia, onde pegaria alguns documentos para se casar com a noiva turca. Depois de ser assassinado, Jamal Khashoggi foi esquartejado. O corpo nunca foi encontrado; a suspeita é de que tenha sido derretido em ácido.
Khashoggi era colunista do The Washington Post, onde fazia críticas à ditadura do país árabe e, por isso, era considerado pela Família Real Saudita uma ameaça à segurança nacional.
Segundo a investigação conduzida pelas autoridades da Arábia Saudita, a decisão de matar o jornalista não foi premeditada, tendo sido tomada no dia da morte dele. O resultado, no entanto, não foi bem recebido pelos críticos, que argumentam falta de transparência na apuração e cobram a punição dos verdadeiros culpados.
Além disso, uma investigação paralela das agências de inteligência, entre elas a CIA, apontou a participação direta de Mohammed Bin Salman como mandante do crime. A presença de um médico forense entre os agentes também contradiz a versão de que o assassinato não foi planejado.
Tanto os Estados Unidos quanto alguns países europeus chegaram a anunciar sanções ao governo saudita, porém, Donald Trump foi criticado por defender o príncipe regente e não pressionar os árabes para que o julgamento obedecesse aos padrões internacionais. A Arábia Saudita é o principal aliado dos governos europeus e norte-americano no mundo muçulmano.