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Caso Marielle: MP do Rio afirma que porteiro mentiu ao citar Bolsonaro

O porteiro do condomínio onde a família de Jair Bolsonaro mora citou o nome o presidente em depoimento sobre o assassinato de Marielle Franco

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Caso Marielle: MP do Rio afirma que porteiro mentiu ao citar Bolsonaro
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Promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro disseram, nesta quarta-feira (30), que o porteiro do condomínio onde a família de Jair Bolsonaro tem casa mentiu ao citar o nome do presidente em depoimento sobre o assassinato de Marielle Franco.

Uma reportagem da TV Globo, baseada em dados que o Ministério Público negou, relata que Élcio de Queiroz, o motorista do carro utilizado na noite do crime, teria entrado no condomínio onde morava Ronnie Lessa, acusado de ser o atirador, com a autorização de uma pessoa que mora na casa 58, que pertence ao presidente Jair Bolsonaro.

A informação teria sido dada por um porteiro do condomínio, e foi registrada oficialmente em depoimento prestado na Delegacia de Homicídios do Rio, responsável pelas investigações do caso Marielle. 

O Ministério Público do Rio de Janeiro desmentiu a informação, alegando que foi Ronnie Lessa quem atendeu e permitiu a entrada de Élcio, e que foi comprovado pela perícia de voz.

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio, divulgou, por meio de uma rede social, o registro de chamadas da portaria do condomínio onde a família tem casa, para comprovar que não houve nenhuma ligação comprometedora no dia do assassinato de Marielle Franco:

"Eu to tendo acesso a esse tipo de documento porque eu sou morador, então não tem problema nenhum. Vamos lá, só pra exemplificar aqui. No dia 14/03/2018, você tem aqui: "TX" é o local de onde partiu a ligação, que é a portaria. E "B-65-B", você pode cortar fora, foi pra onde ligaram, 65 é o número da casa. No dia 14/03/2018, às 5:13 da tarde, você tem uma ligação para a casa 65, que seria para a casa do Ronnie Lessa".

O SBT Brasil conseguiu informações que dão conta de que a foto da planilha de entrada e saída do condomínio, usada na investigação do MP e da Polícia Civil, estava arquivada em um dos celulares de Ronnie Lessa, que foram apreendidos pela polícia.

A imagem foi, posteriormente, compartilhada via aplicativo de celular pela esposa de Lessa, Elaine Lessa, um dia antes de ela ser presa, no dia 3 de outubro. Fontes do SBT Brasil afirmam que a planilha pode ter sido plantada pelos suspeitos, com o intuito de atrapalhar as investigações e envolver o nome de Bolsonaro no caso.

A informação do MP foi confirmada pela Polícia Civil, que já tinha a convicção de que a planilha poderia ter sido adulterada após ouvir depoimentos de testemunhas e periciar arquivos das gravações de voz da portaria do condomínio. 

Ainda assim, o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, e o ex-procurador-geral Marfan Vieira levaram o caso ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Após a primeira fase de interrogatórios ser concluída e do vazamento de informações, o caso Marielle deixou de ser tratado como sigilo de justiça.

Até o momento, investigadores não revelaram as suspeitas sobre a autoria intelectual do atentado. O presidente Jair Bolsononaro comemorou a notícia de que o porteiro mentiu em depoimento. 

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