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Ministério Público investiga denúncias contra grupo católico conservador

Integrantes do grupo são acusados de praticar abuso físico, psicológico e sexual contra crianças e adolescentes

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Ministério Público investiga denúncias contra grupo católico conservador
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O Ministério Público de São Paulo decidiu investigar denúncias contra integrantes de um grupo católico conservador, que são acusados de praticar abusos físicos, psicológicos e sexuais contra crianças e adolescentes.

O grupo é o Arautos do Evangelho, fundado em 1999 pelo Monsenhor João Clá Dias, que aparece em imagens onde uma adolescente está sendo submetida a um ritual de exorcismo. O vídeo foi gravado dentro da sede da sociedade, na Serra da Cantareira, interior de São Paulo, o castelo funciona como um internato.

Um ex-interno, que passou 11 dos seus 30 anos de vida lá dentro, conta que passou por cerimônias de capitulação, que tinham o intuito de se autosantificar: "Ele fala pra você ajoelhar e logo depois ele fala pra você se prosternar no chão, você fica com a face no chão e ele dá inicio às acusações", para ele, as sessões eram de humilhação e tortura psicológica.

"Às vezes, o jovem tem tendências de uma pessoa afeminada e eles acusavam isso no capítulo. Eles acusavam: 'Isso aconteceu com você? Sim. Esse jovem não serve'. Eles sempre foram muito homofóbicos, racistas", acrescentou o ex-interno.

Uma jovem colombiana, que prefere não se identificar, veio ao Brasil quando ainda era criança para entrar na comunidade. Ela relatou ao Ministério Público que foi vítima de assédio sexual do líder religioso:

"Depois da missa, ele disse: bom, venha aqui na sacristia. Ele deu um beijo numa menina e eu não tinha certeza se esse beijo era na boca ou na bochecha. Depois, ele me chamou pra me dar um abraço e me deu um beijo na boca".

Em outro caso, um homem relatou que a filha tinha 11 anos quando entrou para o internato, logo os pais começaram a perceber mudanças no comportamento da menina, e resolveram trazê-la de volta para casa.

Porém, ao completar 18 anos, a menina voltou para a comunidade, e agora os contatos com a família são cada vez mais restritos e, de acordo com suspeitas da mãe, vigiados por alguém.

O caso estava sendo apurado apenas na esfera civil, agora uma força-tarefa de promotores foi montada para investigar criminalmente as dezenas de denúncias de abusos físicos e psicológicos, tortura, cárcere privado e estupro, recebidas pelo Ministério Público.

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