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Declaração de Carlos Bolsonaro é criticada por membros do Governo

Pela internet, o filho do presidente afirmou que "a transformação que o Brasil quer" não será possível por "vias democráticas". Lideranças e instituições reagiram à fala

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Declaração de Carlos Bolsonaro é criticada por membros do Governo
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Uma declaração feita por Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, gerou reações de entidades e parlamentares. No texto, o vereador do Rio de Janeiro pôs em dúvida a aprovação de reformas pelos processos democráticos. 

"Por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos...e, se isso acontecer. Só vejo, todo dia, a roda girando em torno do próprio eixo, e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes", escreveu Carlos Bolsonaro em uma rede social.

O comentário ganhou repercussão entre diversas lideranças, inclusive, do presidente em exercício, Hamilton Mourão. Sobre a urgência de mudança, Mourão disse que "é preciso negociar com o Congresso com clareza e paciência", e defendeu a democracia.

"É fundamental. São pilares da civilização ocidental. Vou repetir para você: pacto de gerações, democracia, capitalismo e sociedade civil forte. Sem isso, a civilização ocidental não existe", enfatizou o vice-presidente.

O tom dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi ainda mais firme. 

"O Senado, o Parlamento Brasileiro e as instituições estão fortalecidas. Então, uma manifestação ou outra em relação a esse enfraquecimento, tem, da minha parte, o meu desprezo", declarou Davi Alcolumbre.

Rodrigo Maia, por sua vez, repreendeu a fala de Carlos. "É uma declaração que não cabe num país democrático. Mas a gente viu o que aconteceu com a Venezuela. Frases como essa devem colaborar muito com a insegurança dos empresários brasileiros e estrangeiros de investir no Brasil".

Ainda sobre o comentário do filho do presidente, a Ordem dos Advogados do Brasil afirmou que não se pode aceitar qualquer ataque contra a democracia, e que o flerte com qualquer tipo de golpe ou autoritarismo merece repúdio de todos os democratas. 

A Associação dos Magistrados Brasileiros também reforçou esse argumento. "O aprimoramento das democracias, elas demandam também uma maturidade. E uma maturidade da sociedade exige tempo, exige educação, exige formação", endossou Jayme de Oliveira, presidente da AMB.

Apesar das intensas críticas, Carlos Bolsonaro voltou a defender a sua primeira declaração. "Por vias democráticas, as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes", disse o vereador pela internet.

 

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