Juíza solta assassinos confessos de sargento em Manaus

Três homens acusados de matar um sargento da polícia foram liberados depois da audiência de custódia. Apenas o quarto homem, Josué Ferreira Soares, que também estava envolvido no crime, teve a prisão preventiva decretada e foi encaminhado ao presídio. 

Joelson Soares, de 23 anos, Marcley Morais, 20, Charles Sanches, 27, identificados como autores de latrocínio do sargento Luís Carlos da Silva Costa, de 56 anos, foram soltos pela juíza Ana Paula Medeiros Braga, que afirmou haver vícios no auto de prisão em flagrante, que significa que há contradições na prova de materialidade do crime, o que, no parecer dela, justificava a soltura dos presos. 

A decisão deixou a família do sargento, policiais e a população inconformados. Na porta do Fórum Henoch Reis, em Manaus, os acusados reclamaram quando viram a família do sargento reunida no local, ameaçando-os. Revoltados, os familiares da vítima tentaram agredir os acusados, que para fugir do local, depredaram um táxi. 

A polícia também mostrou seu descontentamento, comparando o seu trabalho com "enxugar gelo e limpar carvão". O presidente Jair Bolsonaro utilizou suas redes sociais para criticar a decisão. 

O assassinato do sargento Luís Carlos da Silva Costa aconteceu na quarta-feira (19), ele levou 10 tiros, oito deles nas costas. Os acusados foram capturados e presos na quinta-feira e liberados no dia seguinte. 

Depois da repercussão negativa, a juíza plantonista Luciana Nasser, atendeu um pedido da polícia e decretou a prisão preventiva dos três suspeitos liberados, com a justificativa de assegurar a aplicação da lei e garantir a ordem pública. 

Um dos acusados se entregou à polícia com uma bíblia na mão. Os outros dois permanecem foragidos, um deles é Marcley Morais, que já era procurado pela polícia por tráfico de drogas, e em um vídeo divulgado na internet confessa ter atirado três vezes no sargento.