Rodrigo Maia determina criação de comissão especial para análise da Reforma
A medida é o segundo passo da tramitação do texto cujo parecer favorável foi aprovado nesta quarta-feira por deputados da CCJ
SBT News
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, determinou nesta quarta-feira (24) a criação de uma comissão especial que irá discutir a Reforma da Previdência.
A reunião para acertar a estratégia para esta que é a próxima fase da tramitação da proposta ocorreu na manhã desta quarta-feira, na casa de Maia.
Aos jornalistas, o secretário da previdência, Rogério Marinho, afirmou que o Palácio do Planalto não pretende ceder em nada. "O governo não está conformado em abrir mão de nenhum pressuposto do projeto que for apresentado antes de entrar no processo de discussão", declarou Marinho.
O "Centrão", porém, já fala em um acordo para retirar pontos polêmicos do texto na comissão especial.
"Nós vamos tirar o BPC, que são os aposentados mais pobres, vamos tirar os rurais, os deficientes. Vamos fazer uma proteção aos mais pobres", defendeu o primeiro vice-líder do bloco PP, MDB e PTB, Baleia Rossi.
A declaração do "Centrão", inclusive, é coerente com a atual estratégia de articulação do Governo, que só conseguiu dar sequência à votação do texto na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara mediante um acordo firmado nesta terça-feira (23), que resultou na retirada de quatro pontos do texto da Reforma.
No mesmo dia, após longas e acaloradas discussões, durante uma sessão que durou cerca de nove horas, deputados da CCJ aprovaram o parecer do relator da PEC a favor da Reforma da Previdência, por 48 votos a favor e 18 contra o projeto.
A decisão qualificou a medida como constitucional e deu andamento à tramitação da proposta.
Ao comemorar a aprovação, Rodrigo Maia cobrou uma melhor articulação por parte do Governo. "O Governo precisa trabalhar de forma efetiva a sua base, a sua maioria. Cada um de nós, que acredita na importância da votação, independente da posição que esteja aqui na Casa, precisa se envolver", enfatizou o presidente da Câmara.
A comissão especial será formada por quarenta e nove deputados. Para que a proposta seja aprovada, o Governo precisa que vinte e cinco parlamentares votem à favor.
A preocupação do Planalto, contudo, já está no passo seguinte: a tramitação no Plenário.
Desta forma, segundo alguns líderes, para alcançar os trezentos e oito votos necessários, o Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, teria prometido a liberação de 40 milhões de reais em emendas para cada parlamentar que votar "sim".
O anúncio foi mal recebido até mesmo no partido de Jair Bolsonaro. "Dá a transparecer que existe um toma lá, dá cá. Eu te dou uma emenda, você me dá o voto aprovando a reforma", disse o deputado do PSL-SP, Coronel Tadeu.