Mulher negra é acusada de furto por guardas de hipermercado, em Campinas
Seguida e revistada por um policial militar, a garçonete ainda teve que apresentar a nota fiscal para comprovar a aquisição dos itens.
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Mais um caso de racismo e discriminação envolvendo clientes e seguranças de supermercados volta a causar indignação.
Desta vez, uma mulher negra foi acusada de furto por vigilantes e funcionários, em um hipermercado localizado em Campinas, no interior de São Paulo.
A garçonete Silvana Bueno, de quarenta e oito anos, foi seguida por seguranças e funcionários até um ponto de ônibus, após sair do estabelecimento.
Levada a uma sala da administração, ela foi revistada por um policial e, em seguida, teve que comprovar que havia pago por todos os itens, os quais foram comparados com a nota fiscal.
O caso ocorreu no dia seis de fevereiro e foi registrado em vídeo. No mesmo dia, Silvana registrou um Boletim de Ocorrência em uma delegacia.
Em nota, o Walmart afirmou repudiar veemente qualquer ato de desrespeito e discriminação e reconheceu o erro gravíssimo da equipe de segurança. A empresa ainda declarou ter dispensado o chefe da segurança.
O Shopping Parque Dom Pedro, onde está localizado o hipermercado, também se pronunciou e diz ter afastado o funcionário terceirizado que acompanhou a ocorrência.
Apesar das providências, Silvana afirma que o constrangimento gerado pelo racismo dos seguranças ainda lhe causam indignação.
Nos últimos meses, casos de discriminação racial envolvendo seguranças têm repercutido nacionalmente.
O mais recente aconteceu há uma semana, dentro de uma agência bancária da Caixa Econômica Federal, em Salvador, onde o microempresário Crispim Terral, de 34 anos, foi imobilizado por policiais, usando um golpe conhecido como "mata-leão", e retirado à força do local.
Pelo mesmo golpe, também dentro de um hipermercado, um jovem de 19 anos foi morto por um segurança há duas semanas. Imagens gravadas por clientes registraram Pedro Henrique Gonzaga sendo asfixiado até a morte no Extra do Rio de Janeiro.