Enviado de papa à Rússia diz que objetivo é devolver crianças ucranianas deportadas
Cardeal Zuppi contou que plano é verificar deslocamentos e priorizar envio de pequenos mais frágeis
O cardeal Matteo Maria Zuppi afirmou, nesta 4ª feira (5.jul), que trabalhará para devolver as crianças ucranianas deportadas ilegalmente para a Rússia. A declaração foi feita cerca de uma semana após o religioso visitar, a pedido do papa Francisco, Kiev e Moscou, onde tentou abrir novas vias de diálogo para acabar com a guerra.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Agora é trabalhar pelos mais desfavorecidos, como as crianças, e ver se será possível iniciar o mecanismo para eles e ajudar o lado humanitário. Esperamos que se comece pelos mais pequenos, por aqueles que são os mais frágeis. As crianças devem poder regressar à Ucrânia. O próximo passo, portanto, será primeiro verificar as crianças e depois ver como fazê-las regressar", disse Zuppi.
Ao todo, o governo ucraniana acredita que quase 19 mil crianças foram deportadas ilegalmente para a Rússia desde o início da guerra. As acusações chegaram ao Tribunal Penal Internacional, que emitiu, em março, um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, após reunir evidências dos deslocamentos forçados.
Como a Rússia não reconhece a Corte, no entanto, o mandado não pode ser cumprido, a não ser que Putin visite algum país que participa do tratado de Haia. Além da deportação de crianças, o governo ucraniano pede a investigação das ações russas nas cidades de Bucha e Izyum, visitadas por Zuppi, onde centenas de mortos civis foram encontrados.
+ Zelensky alerta para atentado russo contra usina nuclear de Zaporizhzhia
"A guerra, de fato, é sempre uma derrota para todos. Por isso, é preciso que também a Igreja de hoje saiba ajudar, para recomeçar na construção do nós, na passagem do eu para um nós maior", frisou Zuppi.