União Europeia acusa Rússia de intensificar crise alimentar no mundo
Bombardeios à estoques de suprimento e bloqueio de exportações ucranianas dificultam acesso
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acusou, nesta 4ª feira (8.jun), a Rússia de estar intensificando a crise alimentar no mundo e "tornando os alimentos uma parte do arsenal de terror de Moscou". Segundo ela, o líder russo Vladimir Putin está utilizando a insegurança alimentar como arma, uma vez que a Ucrânia continua registrando bombardeios em instalações de armazenamento de cereais.
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"A invasão russa da Ucrânia tem consequências em todo o mundo, e não se trata apenas do seu impacto sobre a economia, a geopolítica ou a arquitetura de segurança. Trata-se da vida e da subsistência de milhões de pessoas em todo o mundo. Os números são muito claros: só este ano, é provável que cerca de 275 milhões de pessoas estejam em elevado risco de insegurança alimentar em todo o mundo", disse von der Leyen.
Ela defendeu que as sanções impostas à Rússia não englobam produtos alimentares básicos e não afetam o comércio de cereais ou outros alimentos exportados pelo país. O embargo portuário, na verdade, inclui especificamente isenções totais para os produtos agrícolas.
"Assim, vamos dizer a verdade: esta crise é alimentada pela guerra de agressão de Putin", frisou von der Leyen.
Para conter a escassez de alimentos, von der Leyen informou que está trabalhando com outros países para fornecer uma alternativa de garantir as exportações de cereais, como trigo e milho, atualmente bloqueadas na Ucrânia. Assim como defendido pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a líder da Comissão afirmou que corredores marítimos seriam a única forma de transportar os alimentos a tempo.
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Enquanto os planos estão em negociação, a von der Leyen garantiu que irá fornecer apoio aos países mais ameaçados, sobretudo no continente africano, com um pacote financeiro de 225 milhões de euros para suprir, a curto e médio prazo, as necessidades das nações.