Ataque russo à estação ferroviária deixa ao menos 52 mortos na Ucrânia
Bombardeio foi registrado na cidade de Kramatorsk, usada como rota de fuga por civis
Camila Stucaluc
Um ataque russo à estação ferroviária de Kramatorsk, na Ucrânia, deixou ao menos 52 mortos, incluindo cinco crianças, e mais de 100 feridos na manhã desta 6ª feira (8.abr). O bombardeio foi divulgado por policiais locais, que identificaram a ação de dois foguetes inimigos. Um míssil atingiu uma estação de trem onde milhares de pessoas se reuniram para fugir no leste da Ucrânia.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Segundo Tetiana Ihnatchenko, porta-voz da região administrativa de Donetsk, a estação é utilizada como rota de fuga pelos cidadãos ucranianos. "[Retiradas] estão ocorrendo desde 26 de fevereiro, e os russos sabiam que milhares de pessoas estão lá todos os dias. Acredito que eles estavam contando com isso", disse.
Cerca de 4.000 civis estavam dentro e ao redor da estação, disse o gabinete do procurador-geral da Ucrânia, acrescentando que a maioria eram mulheres e crianças atendendo aos pedidos para deixar a área antes que a Rússia lance uma ofensiva em grande escala no leste do país.
O Ministério da Defesa russo negou ter atacado a estação em Kramatorsk, uma cidade na região contestada de Donbas, na Ucrânia, mas o presidente Volodymyr Zelenskyy e outros líderes ucranianos acusaram os militares russos de atacar deliberadamente um local onde apenas civis estavam reunidos.
"Os russos desumanos não estão mudando seus métodos. Sem força ou coragem para nos enfrentar no campo de batalha, eles estão destruindo cinicamente a população civil.Este é um mal sem limites. E se não for punido, nunca vai parar", disse o presidente da Ucrânia.
+ Otan reforça cooperação com Ucrânia e anuncia envio de equipamentos
O ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Ben Wallace, denunciou o ataque, dizendo que "atacar civis e infraestrutura crítica é um crime de guerra". "Eram mísseis de precisão destinados a pessoas que tentam buscar abrigo humanitário", disse Wallace à agência de notícias Associated Press. Pavlo Kyrylenko, governador regional de Donetsk, que fica no Donbas, disse que 50 pessoas foram mortas, incluindo cinco crianças, e muitas dezenas ficaram feridas.
A ofensiva russa na Ucrânia chega ao 43º dia e já deixou mais de 1,1 mil civis mortos, de acordo com monitoramento da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, 13 milhões de pessoas estão deslocadas, sendo 4,2 milhões em situação de refúgio. A movimentação é a maior desde a Segunda Guerra Mundial.
Leia também
+ União Europeia aprova quinto pacote de sanções contra Rússia
+ Membros da ONU decidem suspender Rússia do Conselho de Direitos Humanos
+ Zelensky diz que países devem decidir apoiar paz ou assassinatos