"Mulheres são as mais prejudicadas pelos desastres naturais", diz ministra
Cida Gonçalves, da pasta das Mulheres, participou da primeira reunião do grupo de trabalho de Empoderamento no G20, atualmente presidido pelo Brasil
Felipe Moraes
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, abriu, nesta quarta-feira (17), a primeira reunião do grupo de trabalho sobre Empoderamento de Mulheres, que estreia no G20 sob a presidência do Brasil à frente do grupo. Após discursar no encontro, por videoconferência, falou à imprensa e detalhou a contribuição do país na discussão de políticas públicas. Um dos eixos é a justiça climática. Para ela, as mulheres são as mais afetadas pelos desastres naturais e precisam estar no centro do debate.
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"São elas que protegem o planeta e as mais prejudicadas quando tem desastre natural", disse Gonçalves aos jornalistas.
Além da justiça climática, a igualdade de direitos entre mulheres e homens e o enfrentamento à misoginia e às violências também compõem os eixos do grupo de trabalho.
A ministra citou como ponto de colaboração do Brasil a recente lei que regulamenta igualdade salarial entre homens e mulheres. "Queremos trabalhar a perspectiva da autonomia econômica das mulheres e colocar como exemplo nossa legislação e a política de cuidados", completou.
"As mulheres trabalham muito mais horas do que os homens. Chegam em casa, cuidam dos filhos, dos doentes. Têm acúmulo de trabalho. Isto tem que ser debatido no mundo", reforçou Gonçalves.
Outro exemplo dado pela ministra é a iniciativa Brasil sem Misoginia, que reúne e mobiliza diversos setores da sociedade. "Na campanha, 139 empresas, instituições e movimentos aderiram. Precisamos derrotar o ódio no Brasil e no mundo", falou.
Para a ministra, o grupo de trabalho envolve a construção de políticas públicas "que sejam consenso para todos os países".
"Fora isso, os países ricos podem ajudar. G20 é isso. Não é pedindo dinheiro. Mas tecnologia, expertise, conhecimento e experiências para que nós possamos avançar também", explicou.