Lula viaja ao Egito para reforçar laços em meio à tensão com Israel
Presidente deve participar de debates sobre guerra na Faixa de Gaza e defender medidas de paz
Camila Stucaluc
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca, nesta semana, para o Egito, onde terá compromissos oficiais entre os dias 14 e 15 de fevereiro. A viagem acontece para ampliar as relações com o governo egípcio, que, em 2023, auxiliou as negociações para a saída de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza - palco da guerra entre Israel e Hamas.
Essa será a primeira viagem internacional oficial de Lula em 2024. O passeio, no entanto, ocorre em meio à tensão entre Egito e Israel. Isso porque, na última semana, o governo de Benjamin Netanyahu rejeitou um acordo de cessar-fogo com o Hamas - mediado pelo Egito e Catar - e avançou na ofensiva em Rafah, último refúgio dos palestinos em Gaza.
Como a região de Rafah faz fronteira com o Egito, o temor é que as ações israelenses forcem os mais de 1,5 milhão de civis a entrar no território egípcio, provocando uma nova crise humanitária no país. O cenário, segundo o presidente Abdul Fatah al-Sisi, pode levar ao rompimento do tratado de paz israelo-egípcio, formado em 1979.
A ação, além de impactar a estabilidade regional, resultará no fechamento da fronteira com Rafah, suspendendo qualquer entrada de ajuda humanitária em Gaza, o que pioraria a crise humanitária na região. Atualmente, quase todos os residentes dependem de auxílio de entidades internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
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A expectativa é que Lula participe dos debates sobre a guerra. Desde o início do conflito, o líder brasileiro vem apoiando a construção de medidas de paz entre Israel e Hamas para acabar com a guerra. Nas últimas declarações, ele comparou os ataques israelenses em Gaza com terrorismo, uma vez que os bombardeios já deixaram mais de 27 mil mortos.