Lula põe Constituição em frente ao Palácio para lembrar o 8/1: "Democracia inabalada e fortalecida"
Presidente destacou que "a defesa da Carta Magna é dever de todas e de todos"
SBT News
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou nesta 2ª feira (8) que a democracia une o Brasil ao lembrar um ano dos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Ele postou uma foto de uma réplica gigante da Constituição do Brasil em frente ao Palácio do Planalto.
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"Democracia inabalada e fortalecida. Neste 8 de janeiro, um ano depois da tentativa de golpe, Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal reforçam o compromisso com a Constituição do Brasil. A defesa da Carta Magna é dever de todas e de todos. A democracia nos une. Bom dia."
Lula também destacou a entrevista que deu ao jornal Washington Post, dos Estados Unidos, sobre o aniversário dos atos. "Desde o meu retorno à presidência após 12 anos, a união do país e a reconstrução de políticas públicas têm sido os objetivos da minha administração. Um governo que melhora vidas é a melhor resposta que temos aos extremistas que atacam a democracia", afirmou.
No artigo, Lula escreveu: "A tentativa de golpe foi o culminar de um longo processo promovido por líderes políticos extremistas para desacreditar a democracia em seu próprio benefício. O sistema eleitoral brasileiro, reconhecido internacionalmente pela sua integridade, foi questionado por aqueles que foram eleitos nesse mesmo sistema. Sem provas, eles reclamaram da urna eletrônica do Brasil, assim como os negacionistas eleitorais nos Estados Unidos reclamaram da votação pelo correio. O objetivo destas falsas denúncias era desqualificar a democracia para perpetuar o poder de forma autocrática. Mas a democracia brasileira prevaleceu – e emergiu mais forte."
"Nas últimas décadas, um modelo de desenvolvimento econômico excludente concentrou o rendimento, fomentou a frustração, restringiu os direitos dos trabalhadores e alimentou a desconfiança nas instituições públicas. A desigualdade serve como terreno fértil para o extremismo e a polarização política. Quando a democracia não consegue garantir o bem-estar do povo, os extremistas procuram desacreditar o processo político e promover a descrença nas instituições."
"A erosão da democracia é exacerbada pelo facto de as fontes de notícias e as interações sociais das pessoas serem mediadas por aplicações digitais que foram concebidas para o lucro e não para a coexistência democrática. O modelo de negócio das Big Tech, que dá prioridade ao envolvimento e à procura de atenção, promove conteúdos inflamatórios e fortalece o discurso extremista, favorecendo forças antidemocráticas que operam em redes internacionalmente coordenadas. É ainda mais preocupante que a inteligência artificial, além de agravar a desinformação, possa promover a discriminação, causar desemprego e violar direitos."
"Estas questões tecnológicas, sociais e políticas estão integradas. O fortalecimento da democracia depende da capacidade dos Estados não só para enfrentar as desigualdades estruturais e promover o bem-estar da população, mas também para enfrentar os fatores que alimentam o extremismo violento."