PF abre na internet código de programa de computador usado no 8/1
Ideia é aprimorar software usado para ajudar no reconhecimento de golpistas e garantir validação pública
Os peritos criminais da Polícia Federal abrem nos próximos dias o acesso livre ao código do Peritus, programa de computador usado para cruzar dados de fotos e vídeos em investigações. O sottware foi crucial na análise de conteúdo da apuração dos atos golpistas do último dia 8 de janeiro. Hoje a ferramenta está à disposição de alunos de universidades parceiras, mas a intenção é ampliar o acesso público.
Por que isso importa: por mais que o programa Peritus não defina culpados -- ele apenas ajuda o trabalho de investigação, a palavra final é dos próprios policiais federais sobre a identificação dos suspeitos --, há uma preocupação de recursos contra a investigação.
Assim, ao abrir o código na internet, a PF mostra transparência e busca validação pública da ferramenta, tal qual ocorreu com a urna eletrônica, por exemplo.
Do que se trata: o Peritus foi desenvolvido no Instituto Nacional de Criminalística (INC) e lançada pela Polícia Federal há quatro anos e está em desenvolvimento contínuo, contando com a parceria de universidades.
A plataforma analisa conteúdo de vídeo (públicos e dos próprios celulares dos golpistas), comparação facial e fotogrametria forense, além de reconhecimentos de padrões de movimentos e até mesmo comparação de alturas. Mesmo com máscaras ou balaclavas, golpistas foram identificados.
Apuração do 8/1: com o Peritus foi possível avaliar a dinâmica do ato golpista, descrevendo ações individuais dos invasores do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ferramenta permite a análise simultânea de vídeos feitos de ângulos diferentes ou mesmo ambientes distintos. Ao todo, a perícia da PF recebeu dados de 170 câmaras distintas, com variação de enquadramentos e mesmo formatos e tamanhos.